Foi por meio de romances literários que a sociedade russa encontrou um amplo e rico espaço de investigação das “questões malditas” (em russo, “prokliatye voprosi”), ou seja, as temáticas recorrentes à existência humana – como a política, o divino, o poder e a estética. Essas questões e seus reflexos em grandes obras literárias motivam o simpósio internacional “Literatura russa e Filosofia: religião, nacionalismo e dissidência”, que acontece entre os dias 22 e 24 de novembro, no Anfiteatro da Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A programação completa está disponível on-line, bem como as inscrições, que são abertas para todos os interessados e devem ser feitas até terça-feira, 22 de novembro. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, em parceria com o Departamento de Literatura Russa da Northwestern University. No comitê, também contam as participações de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
Segundo os pesquisadores, o simpósio será voltado para explorar de que forma o espírito dissidente e subversivo gestado durante a autocracia russa inspirou pensadores e artistas a enfrentarem um regime totalitário e os impactos violentos da guerra. Os conferencistas convidados do evento vão explorar “os traços vivos do legado de dissidência e perspicácia da literatura russa” nas obras de autores como Fiódor Dostoiévski, Emmanuel Levinas, Mikhail Bakhtin, Vladimir Jankélévitch, Svetlana Alexijevich e Varlam Chalámov. Os debates abrangem, ainda, temas como “Exílio e literatura: vozes russas e ucranianas”.
“Os apaixonados debates sobre ética, direitos humanos, liberdade e identidade nacional que dominaram a vida literária russa nas décadas de 1860 e 1870 permanecem relevantes hoje, nas convulsões do século XXI”, ponderam os organizadores. “Sob essas condições, e por caminhos radicalmente distintos, artistas como Dostoiévski e Tolstói ofereceram uma espécie de defesa instintiva do humanismo – o valor intrínseco da vida humana e da personalidade e a liberdade de consciência – contra as ameaças representadas por forças caracteristicamente modernas.”
Outras informações:
Programação do evento
Inscrições para interessados (até 22 de novembro)