O Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) sediou na manhã desta quinta-feira, 17, o recital “As Africanias como matriz da música americana e brasileira”. O concerto, idealizado e produzido pelo musicista Elmir Santos, integra a programação da IV Semana da Consciência Negra da UFJF que teve início no dia 7 e termina nesta sexta,18.
Santos é cantor lírico, egresso do Bacharelado em Música da UFJF. Nesta apresentação, brindou o público presente com uma síntese de seu trabalho de conclusão do curso de graduação, e teve a companhia da pianista e integrante do quadro técnico-administrativo em educação (TAE) da Universidade, Juliana Costa.
“Esse recital é fruto da minha pesquisa acadêmica para a conclusão do Bacharelado em Música na UFJF. A intenção é apresentar ao público como as culturas africanas influenciaram e influenciam inúmeros compositores. Quis mostrar que existe esse tipo de cultura, dentro do que é considerada uma música branca e elitista. Quis colocar isso no palco, mostrar: ‘isso aqui é nosso’. Nós somos herdeiros dessa cultura”, destaca.
Confira no vídeo abaixo a interpretação de Elmir Santos para a música Xangô, composição de Heitor Villa-Lobos.
Santos destaca a relevância dos conteúdos referentes à cultura e história africana e afro-brasileira nos currículos. “Este recital é fruto de um trabalho acadêmico mesmo, igual aprendemos muitas coisas sobre Bach, Beethoven na faculdade, que são muito bonitas. Mas a gente também tem que resgatar o que é nosso, o que os nossos ancestrais trouxeram de África. Eu me lembro que ouvi até de dois professores que eu amo muito: ‘Elmir, é muito bacana, mas a gente achou que as pessoas não iam gostar muito, que ficaria cansativo, mas não é’. É um repertório que as pessoas realmente ainda não conhecem. E as pessoas gostam porque se reconhecem nas canções.”
Semana da Consciência Negra
A IV Semana da Consciência Negra da UFJF teve início no dia 7 e vai até 18 de novembro. O tema desta edição é “Onde estão as histórias e culturas africana e afro-brasileira nos currículos acadêmicos? A urgência da Lei 10.639/03”. A participação é gratuita e aberta ao público em geral. Para certificação, é exigida inscrição prévia, via formulário eletrônico.
A iniciativa é organizada pela Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) e pelo projeto de extensão “Encontro Temático da Comunidade Negra de Juiz de Fora”, e também integra a programação do Conselho Municipal da Promoção de Igualdade Racial de Juiz de Fora (Compir-JF).
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