A diabetes é uma das doenças que mais mata no Brasil. Foram 214 mil mortes de pessoas entre 20 e 79 anos, no ano passado. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, em todo o mundo, houve um aumento de 16% de incidência da doença na população mundial entre 2019 e 2021, totalizando 537 milhões de adultos no mundo em 2021.
Nesse sentido, uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Saúde (PPGS) da UFJF, em parceria com o Hospital Universitário, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-Ebserh), está recrutando voluntários para participar do projeto “Efeitos da suplementação de ômega-3 sobre parâmetros antropométricos, fisiológicos, bioquímicos e moleculares em pacientes com síndrome metabólica”.
Os interessados vão participar de avaliação nutricional completa, com composição corporal, exames bioquímicos, consumo alimentar, além de testes de aptidão física. Eles também receberão orientações nutricionais individualizadas após o projeto. A expectativa é avaliar 100 indivíduos adultos, com diagnóstico de diabetes do tipo 2, excesso de peso e que ainda não utilizam a insulina. Os encontros são poucos e ocorrerão em um período de 60 dias. Para participar, é preciso preencher formulário eletrônico.
Coordenada pelo professor Cláudio de Souza, a pesquisa será conduzida por dois doutorandos do PPGS, Mário Lima e Marina Guedes, em um período de um ano. De acordo com Lima, a avaliação permite identificar ou monitorar fatores relacionados à conduta nutricional: “alterações de peso, erros alimentares, alterações bioquímicas.” Com isso, será possível intervir de forma mais efetiva com os pacientes. “Em relação ao nosso projeto, podemos estudar outros fatores que podem estar associados ao diabetes tipo 2, bem como a efetividade do uso do óleo de peixe no peso, composição corporal e exames como glicemia e colesterol”, complementa.
Diabetes e fatores de risco
O nutricionista Mário Lima explica que a diabetes, sobretudo a de tipo 2, está diretamente relacionada a fatores de risco, especialmente obesidade, inatividade física e má alimentação, como consumo excessivo de calorias e alimentos processados. “O estudo de alimentos que possam contribuir na prevenção e/ou na melhora de complicações da doença pode levar a terapias mais acessíveis para a população.”
Embora a verdadeira relação ainda seja desconhecida pela literatura científica, muitos estudos têm apontado sobre um estado inflamatório do organismo nos indivíduos com síndrome metabólica – condição em que se associam o excesso de peso, dislipidemia, hipertensão e resistência à insulina –, que levaria ao diabetes do tipo 2. “Assim, alguns alimentos ricos em nutrientes reconhecidamente com ação anti-inflamatória poderiam promover a melhora do diabetes, como melhor ação da insulina e redução da glicemia”, aponta o pós-graduando.
O óleo de peixe foi escolhido por ser um alimento rico em ômega-3 que possui ação anti-inflamatória reconhecida e bastante estudada. “O uso de fontes de ômega-3 (ou suplementos) já são recomendados para o tratamento de algumas dislipidemias e agora queremos saber se o mesmo pode ser benéfico para pacientes com Diabetes do tipo 2, evitando por exemplo que evoluam para o uso de insulina.”
Pesquisa está alinhada aos ODS da ONU
As ações de pesquisa da UFJF estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A pesquisa citada nesta matéria está alinhada ao ODS 3 (Saúde e bem-estar).
Confira a lista completa no site da ONU.
Serviço
Dúvidas podem ser tiradas pelo whatsapp dos nutricionistas: (31) 99109-1666 (Mário Lima) | (32) 99905-9005 (Marina Guedes)
Interessados em se voluntariar devem preencher o formulário online: https://forms.gle/K3VrX1QinRxu2qyq5