A dez dias do fim das inscrições do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ouviu candidatos e alunos para saber: “Quais as vantagens do programa?”

Menor concorrência, provas aplicadas durante o final de cada ano do ensino médio, inclusão de pessoas com deficiência ou necessidades especiais são algumas delas. O Pism também não exclui a chance de o estudante ser aprovado na UFJF pelo Sisu – é possível fazer as duas seleções em paralelo e, ainda, ganhar experiência para outros processos.

“A principal característica do Pism é ser um programa de ingresso diferente das provas do Enem, em que o aluno é avaliado em um único momento. O fato do vestibular seriado aplicar três provas, e elas acontecerem sempre ao final de cada ano letivo, permite que aquelas competências e conteúdos estudados naquele ano sejam avaliados pela UFJF, juntamente ao processo de ensino e aprendizagem do estudante”, explica o pró-reitor de Graduação, Cassiano Caon Amorim

Como o estudante é avaliado nas provas do Pism?

A pontuação é cumulativa, sendo que os módulos I e II valem 120 pontos cada e contam com questões objetivas e discursivas. Nessas etapas, o candidato não precisa ter escolhido ainda uma opção de curso. O formato e o teor das provas são iguais para todos. 

A escolha pelo curso deve ser indicada no módulo III, que vale 140 pontos e é composto por duas provas com questões objetivas, para todos os candidatos, e provas discursivas de acordo com a área de conhecimento correspondente ao curso escolhido pelo inscrito. A nota máxima possível no Pism é 1.300 pontos.

Para a pontuação final, vale o somatório das notas dos três módulos multiplicadas pelos respectivos pesos, ou seja, conta mais o desempenho do candidato no último ano. Por isso, mesmo se zerar algum conteúdo ou não tiver boa nota nos dois primeiros módulos, é possível recuperar no módulo III.

Pontuação Final = (Módulo I) × 2 + (Módulo II) × 3 + (Módulo III) × 5

A instituição entende que muitos alunos enfrentaram dificuldades de estudo durante a pandemia, mas, segundo o pró-reitor, é possível minimizar esses prejuízos justamente por a avaliação ser dividida entre os três anos. “Essa é uma outra vantagem do nosso processo seletivo: a autoavaliação. Se o estudante não foi bem no primeiro módulo, ele pode perceber onde foram os erros e acertos para conseguir recuperar a pontuação e se dedicar onde houve alguma defasagem.”

Entre os candidatos, a estudante do terceiro ano do ensino médio, Letycia Marilda da Silva Marques, está inscrita no módulo III do Pism. No ato de inscrição, optou pela cota D – direcionado para pessoas pretas, pardas e /ou indígenas que cursam o ensino médio em escola pública – e, apesar dos problemas causados pela crise sanitária, acredita que o processo seletivo é uma oportunidade para ingressar no curso de Enfermagem.

Letycia está confiante que poderá conseguir uma vaga no curso de Enfermagem

“Entendo que só depende de mim e, mesmo com essas dificuldades, eu preciso tentar. O impossível pode se tornar possível com um pouco de esforço”, salienta Letycia. Sobre a importância do Pism III, percebe a oportunidade de acesso ao ensino superior. “O fato de que nada está perdido me acalma. As notas anteriores não importam tanto. Agora estou disputando comigo mesma e ainda posso me tornar uma enfermeira pela UFJF.”

A UFJF é uma das instituições pioneiras na utilização de cotas para que estudantes pretos, pardos e indígenas, oriundos de escola pública e com baixa renda tivessem acesso ao ensino superior gratuito. Assim, no momento da inscrição, é importante que o candidato leia atentamente o edital para escolher o grupo de acesso correto.

A estudante do curso de Farmácia, Juliana Pereira de Souza, optou pelas cotas do grupo B, e confirma as vantagens: “Fiz o Pism porque meu sonho, e dos meus familiares, era entrar em uma faculdade. Além disso, o vestibular seriado tem uma faixa de candidatos menor que o Enem. Isso sem contar que, pelo acúmulo de pontos, dá pra saber em que devemos melhorar. Além disso, a prova tem uma duração bem menor, o que na minha opinião diminui bastante a ansiedade dos candidatos”, comenta Juliana.

Inclusão

Juliana, aluna da Farmácia, ingressou pelas cotas através do Pism e acredita que escolheu a opção correta

Segundo a coordenadora da Copese, Katiúscia Antunes, a UFJF pensa em se tornar uma referência de inclusão, partindo do princípio das políticas públicas e afirmativas adotadas, entre elas, as modalidades de cotas e o atendimento especializado para pessoas com deficiência durante o processo seletivo.

“Temos uma política de inclusão, em que os estudantes têm o atendimento especial, sobretudo aqueles que têm alguma deficiência ou que necessitam alguma necessidade especial”, aponta a coordenadora da Copese. “Eles podem solicitar recursos de tecnologia assistiva para fazer as provas dentro da perspectiva da inclusão. Esse é um diferencial que tem sido muito elogiado. Temos uma coordenação de atendimento especial que pensa, a cada ano, em formas mais inclusivas em relação às necessidades que esses alunos apresentam”.

Regionalidade

De acordo com Katiúscia, o Pism traz uma perspectiva de regionalidade, pois há muitos inscritos de Juiz de Fora e da Zona da Mata mineira, mesmo já alcançando candidatos de outros estados. 

“Acredito que essa característica seja interessante para os estudantes que podem se dedicar ao programa do Pism de forma mais focada, seguindo o ano que estão estudando. A questão da regionalidade tem mudado nos últimos anos, pela boa visibilidade que a Universidade tem alcançado, não apenas em Minas Gerais, mas em estados próximos como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo”, ressalta a coordenadora da Copese.

Vindo de Ponte Nova, o estudante de Jornalismo, Gabriel Bhering, também foi aprovado pelo sistema de cotas e ressalta que o regionalismo do Pism é uma boa oportunidade para estudantes que moram em cidades próximas a região da UFJF. “No meu ensino médio, estudei em escola pública, o que me ajudou a fazer esse processo seletivo. Os professores incentivaram muito a turma e sempre diziam que poderíamos fazer o Enem e outros vestibulares, mas que devíamos nos dedicar ao Pism, principalmente por possuir uma pontuação acumulativa.”

Expectativas para o dia da prova

Helena conta que a escola tem preparado os alunos com simulados para o Pism, o que traz confiança para os candidatos

Pela primeira vez, a estudante do primeiro ano do ensino médio, Helena Duque de Souza Matos, estará entre os candidatos que fazem as provas do módulo I do Pism, nos dias 3 e 4 de dezembro. Aos 16 anos, explica que teve um maior contato com o vestibular seriado na escola, espaço em que o conteúdo programático e os simulados do Pism são muito trabalhados. Ainda tem dúvidas sobre quais cursos gosta mais, mas apresenta uma inclinação para a área de saúde e de ciências sociais aplicadas. 

“Minha escola trabalha muito focada nas questões do Pism e sei que essa é uma possibilidade a mais para ingressar na UFJF”, enfatiza Helena. “Acredito que para a nossa região é a melhor opção. Nossos professores dominam o conteúdo, o que pode ser um diferencial quando consideramos a concorrência nacional”, complementa a estudante.

A acadêmica do curso de Jornalismo, Ana Luisa Tostes, ingressou no ensino superior por meio da ampla concorrência, mesmo grupo que Helena vai disputar. “Fiquei muito interessada devido a divisão do  sistema de provas em partes, permitindo um maior foco nas áreas do meu interesse, por sua menor extensão em relação a outros sistemas de ingresso e também por possuir questões discursivas, fazendo com que eu desenvolvesse mais as minhas respostas e conseguindo garantir uma maior pontuação.” 

Para tranquilizar os candidatos, ela recomenda: “visitem antecipadamente seus locais de prova, prestem bastante atenção nas questões e mantenham a calma para, em breve, ingressarem em uma das melhores universidades do país”.

Pism 2023

Nesta edição, o Pism oferece 2.263 vagas em 75 cursos de graduação dos dois campi. Os estudantes têm até às 18h do dia 5 de setembro para acessar a Área do Candidato e realizar a inscrição on-line. Para o campus de Juiz de Fora são oferecidas 1.903 vagas em 66 cursos. No campus de Governador Valadares há 360 vagas em nove graduações. As provas serão realizadas nos dias 3 e 4 de dezembro para os candidatos de todos os módulos.

Para pleitear uma das vagas oferecidas pelo Pism, o candidato deve, obrigatoriamente, acessar a Área do Candidato, fazer a inscrição e imprimir a Guia de Recolhimento da União (GRU), referente à taxa de inscrição, no valor de R$ 150. O pagamento deve ser feito até as 18h do dia 9 de setembro, exclusivamente pelo Banco do Brasil, respeitados os horários de compensação bancária. 

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Outras informações: copese@ufjf.br