Alunos conversaram e assistiram de perto um processo químico utilizado por artistas há quase dois séculos (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Mais do que conversar sobre Química, a pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Bárbara Almeida, demonstrou para estudantes da Escola Estadual Duque de Caxias, na prática, como a ciência encontra-se com a arte. Na última quarta-feira, 17, a professora visitou a escola como parte do projeto de divulgação científica e extensão da UFJF, “A ciência que fazemos”, dedicado a aproximar cientistas e estudantes de escolas públicas de Juiz de Fora e região.

Bárbara Almeida coordena o projeto de pesquisa “Química, fotografia e arte” na UFJF (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Coordenadora do projeto de pesquisa “Química, fotografia e arte”, Bárbara Almeida conversou com os alunos sobre as possibilidades da ciência e da própria universidade pública. Ao final, junto a alunas da UFJF que acompanharam o encontro, coordenou uma atividade prática de cianotipia – um processo de impressão que é usado por cientistas e artistas há quase dois séculos, desde sua descoberta em 1842. 

Para isso, a pesquisadora explicou como usar elementos químicos; entre eles, uma solução fotossensível que tinge objetos em tons de azul quando entra em contato com a luz do sol (ou luzes artificiais, como lâmpadas), revelando imagens na superfície do papel. As alunas da E. E. Duque de Caxias, Haryane Castro e Juliana Teutschbein, afirmam que o encontro com a pesquisadora, bem como conhecer esse processo científico e artístico, foi proveitoso. “Achamos maravilhoso. Principalmente em ano de vestibular, esse momento é interessante para conhecermos essas possibilidades”, afirma Haryane.

A professora de Química da E. E. Duque de Caxias, Cláudia Sanches, também cita o momento em que os alunos estão trilhando e a importância de abrir horizontes em relação à universidade pública. “Eles já estão escolhendo o que farão daqui pra frente, qual curso vão escolher e, ainda, acabaram de sair de um período como o da pandemia de Covid-19 – ou seja, ouviram muito sobre o que a ciência pode ou não fazer”, pondera. “Então, a ideia é trabalhar com eles a importância de conhecerem o que um cientista faz, que não é uma coisa de um dia pro outro, e que eles mesmos podem trilhar esse caminho.”

Alunos acompanham o processo da cianotipia (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

“Para nós, é muito importante essa proximidade com a universidade, e fazer com que nossos alunos entendam que, dentro de uma, não estamos limitados somente a assistir aulas: eles podem produzir ciência e fazer muitas coisas além disso. A educação básica precisa entender que o curso superior não é só ter diploma. Contar com o apoio de um projeto da própria UFJF para estabelecer isso é ótimo”, diz Cláudia Sanches.

Para Bárbara Almeida, o bate-papo e o experimento também deixou uma impressão positiva – e um gostinho de quero mais. “Foi uma experiência maravilhosa. O retorno da professora da turma e dos alunos foi muito bom; eles perguntaram várias coisas e falaram sobre o desejo de fazer uma feira de ciências, por exemplo. Já aproveitamos e deixamos novas visitas pré-agendadas na escola.” 

A ciência que fazemos
Criado e conduzido pelo núcleo de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, o projeto de extensão “A ciência que fazemos” possibilita a aproximação entre cientistas e estudantes da formação de base, levando para dentro das escolas uma fração dos estudos desenvolvidos na Universidade, para mostrar aos alunos que a ciência está mais próxima do que imaginam.

Durante os anos de 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19, os encontros realizados nas escolas foram suspensos, exigindo uma adaptação do projeto para o âmbito virtual. Desde o início de julho de 2022, foram retomadas as atividades presenciais do projeto.

Outras informações:
Conheça o projeto “A ciência que fazemos” – e saiba como levá-lo para sua escola