O Laboratório de Restauração Florestal, Segurança Hídrica e Sustentabilidade Climática na Mata Atlântica Mineira foi um dos aprovados na chamada da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) de apoio a instalações multiusuários. Também foram contempladas outras duas unidades da UFJF: o Laboratório do Instituto de Ciências da Vida do campus de Governador Valadares e o Laboratório de Modelagem Computacional (Limc).
Recebendo a quantia de R$ 1.494.550, o Laboratório Restauração Florestal, Segurança Hídrica e Sustentabilidade Climática integra o Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (Niassa). Atualmente, o Núcleo recebe pesquisadores e estudantes de vários laboratórios da UFJF. “Na prática, entende-se o Niassa como um consórcio de laboratórios. O projeto aprovado pela Fapemig se confunde com a essência do Niassa; será um hub para outros laboratórios”, garante o coordenador do laboratório, o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Fábio Roland.
“O Niassa é um equipamento que produz conhecimento, processa ideias, alimenta e nutre anseios por um mundo novamente em equilíbrio e sustentável. Os maus usos históricos e contemporâneos dos recursos naturais – perda de floresta, poluição das águas e modificação nos padrões climáticos – são elementos científicos que devem ser processados (entendidos, revertidos, mitigados etc) nesta ‘máquina’ (Niassa).”
Em sua perspectiva, a missão do Niassa é também desenvolver técnicas de restauração florestal, promover atividades em prol da segurança hídrica e apontar para soluções sustentáveis que inibam as mudanças climáticas. Vale lembrar que neste ano foram plantadas 40 mil mudas na Fazenda Experimental da UFJF, iniciativa do projeto Raízes para o Futuro.
Fomento milionário
A verba contemplada nesta chamada da Fapemig será utilizada para diversos tipos de recursos, como bolsa de pós-doutorado, diárias, material de consumo e manutenção. Também serão adquiridos equipamentos permanentes, tais como bicicleta elétrica, torre de medição de gases, central de energia fotovoltaica, sistema de irrigação, torre de observação de pássaros e dossel da mata, drone, barco e tanques para estudos de aquacultura.
“A UFJF está na vanguarda científica tentando salvar e preservar condições ecológicas sustentáveis para o futuro próximo da região da Zona da Mata mineira, do Brasil e do planeta” (Fábio Roland)
Com isso, este financiamento permitirá o desenvolvimento e a execução de atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão) integradas nesses três pilares: restauração florestal, produção de água e energia sustentável. “As condições de trabalho serão potencializadas, com a melhoria (a) do espaço físico para hospedagem, (b) dos modelos operacionais para coleta e análise de dados, (c) dos meios de transporte e (d) das práticas pedagógicas”, complementa o pesquisador.
Atualmente, já são realizadas pesquisas em biodiversidade aquática e terrestre, limnologia, aquacultura, ecologia florestal, genética vegetal, comportamento animal, energia renovável (fotovoltaica, eólica, biomassa etc), técnicas educacionais, difusão/educação científica. O projeto original contou com 30 cientistas da UFJF de várias unidades acadêmicas: ICB, Instituto de Ciências Exatas, Faculdade de Engenharia, Faculdade de Comunicação, Jardim Botânico e Colégio João XXIII.
Roland menciona que há espaço e desejo para que outras áreas de desenvolvimento científico sejam agregadas. A expectativa é atrair também outras Ifes mineiras e “consolidar o Niassa como uma Field Station (em inglês, estação de campo) moderna e integradora”.
Modelo socioambiental
“A Fazenda da Universidade é o grande palco onde está sendo plantada a grande semente da restauração da bacia hidrográfica do reservatório de Chapéu D’Uvas, com produção de água (facilitando a segurança hídrica) e com o desenvolvimento de práticas sustentáveis de geração de energia. Ela será o modelo de sustentabilidade socioambiental da macrorregião da Zona da Mata Mineira”, afirma.
O Laboratório irá fortalecer as parcerias internacionais já estabelecidas, como com a Universidade Técnica de Munique (TUM), da Alemanha, assim como a consolidação das cooperações com as universidades de Cornell (Estados Unidos) e Nijmegen (Holanda), com o Instituto de Estudos dos Ecossistemas (Estados Unidos) e com a rede Internacional de Observação Ecológica de Lagos (Gleon, em inglês – Global Lake Ecological Observation Network).
“A UFJF está na vanguarda científica tentando salvar e preservar condições ecológicas sustentáveis para o futuro próximo da região da Zona da Mata mineira, do Brasil e do planeta. Ainda, há de se valorizar o investimento de recursos públicos em uma propriedade pública com dividendos públicos inestimáveis.”
Pesquisa está alinhada aos ODS da ONU
A Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional, em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp), está promovendo uma estratégia de fortalecimento das ações de pesquisa da Universidade, mostrando que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
O Laboratório de Restauração Florestal, Segurança Hídrica e Sustentabilidade Climática na Mata Atlântica Mineira está alinhado com diferentes objetivos, sobretudo com os ODS 6 (Água Potável e Saneamento), 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima), 15 (Vida Terrestre) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação). Confira a lista completa no site da ONU.
Leia também:
Laboratório de Modelagem Computacional recebe novos investimentos da Fapemig