A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) decidiu adiar a mudança do conteúdo programático do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) para 2023. Após o término da Consulta Pública, aberta para ampliar o debate junto à comunidade, as alterações inicialmente previstas para terem início em 2022 só entrarão em vigência a partir do edital que será publicado em 2023. A mudança ainda permanece gradativa, sendo aplicada a partir do módulo I. 

A decisão foi tomada após a revisão do cronograma de trabalho e com base na suspensão de dois anos de aulas presenciais, em decorrência da pandemia de Covid-19, que impactou significativamente no processo de organização das escolas e na vida dos estudantes.

A alteração no conteúdo programático do Pism é uma demanda da sociedade, diante da reforma do Ensino Médio, materializada a partir da Lei nº 13.415/2017 que estabeleceu uma mudança na estrutura e funcionamento do Ensino Médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC).  

“Com a aprovação da supracitada lei, as redes de ensino de todo Brasil iniciaram a construção de seus planos de implementação do Novo Ensino Médio. A mudança no Ensino Médio, em particular a implementação da BNCC, trazem consigo a necessidade da atualização dos processos de seleção para o ingresso no ensino superior, particularmente o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que sofrerá mudanças a partir de 2024 e, nos vestibulares que precisam sofrer mudanças para adequação à nova realidade”, explica o pró-reitor de Graduação, Cassiano Caon Amorim.

Segundo a coordenadora da Copese, Katiuscia Antunes, é preciso reforçar que estamos diante de uma tarefa difícil, considerando que a Reforma do Ensino Médio e os desdobramentos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nos currículos do Ensino Médio das escolas ainda estão sendo implementadas. “Sabemos que o programa do Pism, para muitas escolas, acaba se tornando um forte indutor de currículo, por isso há por parte das redes pública e particular uma expectativa de como seria esse programa e quando ele começaria a vigorar.”

Entretanto, é preciso considerar que o efeito de indução da avaliação sobre o currículo é algo que escapa ao controle de quem está elaborando e participando do processo de avaliação. “Esse efeito irá acontecer, em maior ou menor medida. Avaliações são indutoras do currículo, especialmente, quando atreladas a grandes consequências, como é o caso de um processo seletivo para ingresso no ensino superior. Por isso, quando a UFJF pauta a mudança no programa do Pism, preocupa-se em fazê-la de forma que representantes tanto da Universidade quanto das redes pública e particular de ensino participem desse trabalho”, pontua Katiuscia.

Novo programa
Desde dezembro de 2021 foram constituídos grupos de trabalho nas dez áreas de conhecimento cobradas no Pism – Português, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Literaturas, Sociologia e Filosofia – que trabalharam na atualização do programa. 

As comissões finalizaram a versão preliminar do programa em abril e, no mesmo mês, foi aberta a consulta pública para que mais pessoas pudessem contribuir com o novo programa. A consulta pública encerrou-se em 8 de maio e agora os grupos de trabalho estão trabalhando na elaboração final do programa.

Para a realização dos grupos de trabalho foram incluídos professores da UFJF e trabalhadores que atuam na coordenação pedagógica do Pism, na Prograd, na Copese e no Centro de Ensino a Distância (Cead). Além disso, contou  com  a participação de professores do Colégio de Aplicação João XXIII e da rede pública e privada.

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