Com os avanços tecnológicos acontecendo cada vez mais rápido e de forma mais intensa, falar em tecnologia e suas diferentes variações deixou de ser coisa do futuro. Por este motivo, se fazem necessárias pesquisas científicas capazes de entender e contribuir para este universo.
O pesquisador Marcelo Ferreira Moreno, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desenvolve um projeto de disponibilização de recursos computacionais de alta capacidade para a comunidade científica da UFJF, por meio da infraestrutura da Rede Integrada de Pesquisa em Alta Velocidade (RePesq/UFJF) – um laboratório que trabalha com recursos computacionais de alto desempenho, alta segurança e confiabilidade, acessíveis por meio de uma rede de comunicação própria. Para manter tais características, ao longo dos anos, o RePesq apoia-se no conceito de evolução sustentável para seu parque computacional.
Contação pervasiva de histórias: um passo além para a imersão narrativa
Uma das dissertações desenvolvidas junto ao RePesq é baseada em quebrar padrões percebidos na contação convencional de histórias em diferentes formatos, seja por meio de narrativas orais, escritas, radiofônicas, televisivas, gamificadas, etc. “Todas essas formas de narrativa têm uma coisa em comum: estão sempre presas a um dispositivo, alguém ou algo que é a fonte responsável por contar a história. Dessa forma, a ideia principal é fazer um modelo de narrativa pelo qual o indivíduo possa consumir o conteúdo proposto em qualquer lugar, usando os elementos que estiverem disponíveis”, explica Pedro Henrique Ventura, responsável pelo estudo que, por sua vez, foi orientado pelo professor Marcelo Moreno.
O modelo proposto pela pesquisa é chamado de contação pervasiva de histórias, capaz de criar uma imersão narrativa de uma história “onipresente”, explorando dispositivos de Internet das Coisas (IoT), dispositivos móveis e computação em nuvem para transmitir as informações, sentimentos e contextos contidos na história. Para a realização da pesquisa, foi necessária a cooperação entre os Programas de Pós-Graduação em Ciência da Computação e em Comunicação, concretizada por meio do Laboratório de Mídia Digital (LMD). Assista a um vídeo exemplificativo da proposta.
O professor orientador pontua a importância da dissertação quando muito se discute o futuro da interação social e acesso à informação por meio de metaversos e realidade virtual. “A dissertação do Pedro traz um resgate ao quanto ainda podemos explorar do mundo real para uma aquisição facilitada, lúdica e agradável da informação. Isso sem a necessidade de uso de dispositivo de realidade virtual, que demanda dedicação exclusiva ao mundo virtual. As pessoas gostam de interagir com o mundo digital, desde que isso possa ser feito segundo suas vontades individuais e, muitas vezes, sem grandes contratempos em meio às suas rotinas já pesadas no dia a dia”.
TV 3.0 e acesso sem custos a serviços web
Na área de sistemas multimídia/hipermídia, o professor coordena um projeto apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para testes e avaliação de novas tecnologias para a próxima geração de TV Digital, chamada de TV 3.0. Ele conta que, para os próximos cinco ou 10 anos, há a possibilidade do surgimento de uma nova forma de recepção de programação audiovisual interativa, completamente integrada à Internet e com novas experiências para os telespectadores.
Já na área relacionada à rede de computadores, são desenvolvidos projetos que visam a descentralização do conteúdo multimídia acessível via aplicativos móveis e navegadores da Web: “Estamos respondendo a uma grande questão que vem incomodando o atual cenário da Internet e WWW: como fazer com que uma rede de conteúdos de interesse comunitário não dependa dos grandes provedores de serviços web e de computação em nuvem, nem de redes de acesso de custo inacessível à uma grande parte dos usuários finais?”. Moreno explica que este tema é importante para o cenário atual, uma vez que usuários acabam fazendo uso de conteúdos apenas disponíveis em plataformas para as quais o acesso não é cobrado pelas operadores de redes móveis.
“Tenho coordenado projetos nas duas áreas, com foco que vai além da publicação científica, prolongando nossa atuação para abrigar a transferência das novas tecnologias que ajudamos a criar. Temos feito isso por meio da participação em fóruns multissetoriais, estudos e criação de padrões nacionais e internacionais em tecnologias da informação e comunicação (TICs), patentes e registros de software, além de consultorias”, explica o professor.
Pesquisas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU
A Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional, em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp), está promovendo uma estratégia de fortalecimento das ações de pesquisa da Universidade, mostrando que estão alinhadas a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
As pesquisas citadas nesta matéria estão alinhadas ao ODS 3 (Saúde e bem-estar), ao ODS 4 (Educação de qualidade) e ao ODS 9 (Indústria, inovação e infraestrutura).