A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai sediar o 1º Simpósio Nacional de Mulheres na Nanociência. O evento acontece no Instituto de Ciências Exatas (ICE), entre os dias 3 e 6 de junho de 2025. Os interessados em participar do evento devem acessar o site para garantir os ingressos de forma gratuita. O tema do encontro é: O conhecimento e a inovação para cientistas e profissionais do futuro. Para obtenção de certificados, é necessário também realizar inscrição nas atividades. Atenção, as vagas para os minicursos e oficinas são limitadas.
O evento é voltado para estudantes de graduação, pós-graduação e da educação básica, além de pesquisadores e professores da rede pública. Os participantes terão acesso a oficinas e outras atividades planejadas com foco em fomentar o interesse nas áreas de Nanociências e Nanotecnologia (N&N). A expectativa é que o aprendizado aconteça por meio do contato com pesquisadoras renomadas da área, da democratização da informação sobre a produção do conhecimento científico, os avanços e inovações em Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM).
Em apoio ao combate à pobreza menstrual, o evento vai arrecadar absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Os participantes que quiserem contribuir devem levar os itens no dia do evento.
Este é o primeiro simpósio promovido pela Rede Nacional de Mulheres na Nanociência: Conhecimento e Inovação para Cientistas e Profissionais do Futuro. O projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em chamada de 2023.
A programação completa do simpósio está definida da seguinte forma:
03/06 (Terça-feira):
Plenária de abertura com a Profa. Dra. Solange Binottto Fagan (UFN), coordenadora da Rede de Mulheres na Nanociência. Nesta palestra serão abordadas as principais contribuições que a área de Nanociências e Nanotecnologia tem atualmente, bem como a atuação da Rede de Mulheres na Nanociência como um espaço de conexão, produção de conhecimento e disseminação científica para a sociedade, em especial em ambientes de vulnerabilidade social.
Também serão realizadas palestras sobre Nanotecnologia, Novos Materiais de Carbono e Mulheres na Ciência, além de dois minicursos para estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores (Inovação e Nanotecnologia a favor da transição energética: Híbridos Polímeros Condutores e Introdução à Comunicação Visual Científica). Cada um deles com 50 vagas disponíveis.
O primeiro dia conta ainda com uma oficina para o público em geral: “Bora inovar e empreender em Ciência!”. Esta oficina vai apresentar os conceitos fundamentais sobre inovação e empreendedorismo para que o público entenda a trilha, desafios e caminhos para empreender em Ciência.
Por fim, também será realizada a apresentação de trabalhos na forma de pôster.
04/06 (Quarta-feira):
O segundo dia começa com uma oficina voltada para estudantes do Ensino Médio: “Meninas programadoras”, que é um minicurso introdutório de programação para meninas. Serão feitas também duas oficinas voltadas para professoras do Ensino Básico: “Brinquedos Científicos de Baixo Custo” (que visa explorar temas de física da educação básica por meio da construção de brinquedos científicos elaborados com materiais recicláveis e de baixo custo) e a oficina “Mundo Nano em jogo” (que pretende apresentar materiais didáticos já desenvolvidos pela equipe da UFN e suas metodologias, como forma de compartilhar conhecimentos obtidos pela aplicação dos jogos em escolas).
Serão feitas ainda palestras sobre Nanotecnologia e Bioengenharia Tecidual, Empreendedorismo científico e Nanosegurança, Microscopia em Materiais, e Projetos Inovadores em Grafeno.
Por fim, dois minicursos: “O Admirável Mundo Nanométrico” e “Propriedades físicas de nanomateriais por meio de sua estrutura eletrônica”.
19h – Ciência ao Bar (Bar do Luiz)
05/06 (Quinta-feira):
Oficina para o público geral sobre minerais lamelares e palestras e apresentações convidadas sobre Meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Propriedade Intelectual e transferência de tecnologia e sobre materiais de grafeno.
Início também do “Ideathon”: maratona de ideias, um evento onde se espera que os participantes, através dos conceitos de Pensamento Computacional e Educação Empreendedora, discutam problemas, ofereçam ideias de solução, apresentem um modelo de negócio para esta solução, façam uma prototipação e apresentem a solução em formato de pitch deck para convencer uma banca de especialista sobre a viabilidade e importância de sua solução para o problema. Neste evento, serão feitas oficinas de negócios, nanociências e execução, e apresentação de alguns problemas enfrentados neste universo de pesquisa.
Por fim, haverá palestra sobre o “Protagonismo negro e feminino em Ciência e Tecnologia” e apresentação de trabalhos na forma de pôster e apresentação oral de trabalhos selecionados.
06/06 (Sexta-feira):
O dia começa com apresentação de trabalhos orais selecionados, em seguida a Oficina sobre Cianotipia e apresentação de trabalhos selecionados. Também será realizada a palestra sobre o “Sirius e a Nanotecnologia”.
Além disso, também terá um painel sobre “Mulheres na Ciência: desafios e oportunidades” com a presença da Profa. Dra. Marcia Barbosa (reitora da UFRGS), da Profa. Dra. Zélia Ludwig, Profa Débora Peres Menezes (CNPq) e Dra Juana Nunes Pereira (MCTI). Será encerrada a “Ideathon”.
Todas as informações do evento podem ser encontradas no site do Simpósio ou em seu Instagram.
Rede Nacional de Mulheres na Nanociência: Conhecimento e Inovação para Cientistas e Profissionais do Futuro
A rede é voltada à promoção de ações para estimular e apoiar a formação de mulheres cientistas de diferentes origens étnico-raciais. O projeto está presente em 12 estados, localizados nas cinco regiões brasileiras, e interliga 80 pesquisadoras, além de mais de 10 mil estudantes. A rede é coordenada pela professora Solange Binotto Fagan, vice-reitora da Universidade Franciscana (UFN), instituição privada localizada na cidade de Santa Maria (RS).
De acordo com a professora do Departamento de Física da UFJF e integrante da comissão organizadora do evento, Zélia Ludwig, entre os motivos para a escolha da Universidade para sediar o evento estão a sua localização e o posicionamento de destaque da instituição em relação à área de Nanotecnologia.
“A UFJF localiza-se em um ponto estratégico na região sudeste, o maior número de integrantes da Rede Nacional de Mulheres na Nanociência é de Juiz de Fora. A rede escolheu trazer o evento para Juiz de Fora para sair dos grandes centros, mas ao mesmo tempo aproveitar o clima e as facilidades da cidade. E porque a UFJF também vem se destacando na pesquisa em Nanotecnologia. Vários pesquisadores daqui já fazem parte de grandes redes”, afirma a pesquisadora, que também integra o comitê gestor da Rede Nacional de Mulheres na Nanociência.
Equidade de gênero na ciência
A rede nacional também já iniciou a articulação de ações nas escolas, ligadas à Nanotecnologia e ao aumento da diversidade, envolvendo professoras e estudantes. A questão também é uma das pautas consideradas primordiais na organização do evento. Na avaliação de Zélia, tanto as questões de gênero quanto o aspecto étnico-racial devem ser considerados nas questões ligadas ao aumento da diversidade na ciência.
“Isso já começa na composição das participantes, na escolha das integrantes do núcleo gestor e das escolas participantes”, salienta. A docente destaca, ainda, que o evento também é aberto para o público masculino, já que, em sua avaliação, “lutar pelo aumento da diversidade, inclusão, justiça e igualdade é papel de todos nós”.
Confira a comissão organizadora do evento:
Zélia Maria Da Costa Ludwig (UFJF)
Celly Mieko Shinohara Izumi (UFJF)
Fernanda Irene Bombonato (UFJF)
Fernanda Ribeiro do Carmo (UnB)
Ingrid David Barcelos (LNLS/CNPEM)
Maria Teresa Barbosa (UFJF)
Bárbara Lúcia de Almeida (UFJF)
Bárbara Bastos de Lima Duque (UFJF)
Bárbara de Melo Quintela (UFJF)
Clarice Parreira Senra (UFJF)
Adriana Aparecida Silva (UFJF)