O Programa de Extensão “Encontro Temático da Comunidade Negra de Juiz de Fora” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está promovendo uma série de vídeos debatendo temas de grande importância para a cultura negra. Os conteúdos são gravados a partir de encontros realizados com o intuito de abrir espaços de debates públicos e buscar fortalecer práticas antirracistas. Além disso, reconhecer produções relevantes na academia científica brasileira de autores e pesquisadores negros e negras, em diversas áreas, como Arte, Educação Matemática e História.
As primeiras discussões giraram em torno dos temas “A lei de Cotas”, com o diretor de Ações Afirmativas da UFJF, Julvan Moreira de Oliveira, e “Cultura negra e periférica”, mediada pelo professor da Faculdade de Educação (Faced), Francione de Oliveira Carvalho. Ambas as séries já estão disponíveis no canal do Youtube do Programa de Extensão.
Coordenado pelo professor do Departamento de Matemática da UFJF, Willian José da Cruz, o programa teve início em 2019, com o primeiro encontro de Pesquisadores Negros e Negras da UFJF, e oficializado e aprovado no ano de 2020. Em suas atividades, vem discutindo o papel do negro e o reconhecimento das práticas produzidas pelas comunidades negras da UFJF e da região de Juiz de Fora, com possíveis diálogos com outras localidades.
Em formato on-line, a cada mês, personalidades da região se encontram para debater diversos aspectos relacionados à cultura e a comunidade afrodescendente de Juiz de Fora. Os temas discutidos são escolhidos a partir dos interesses de atuação de professores e pesquisadores envolvidos no programa de extensão.
Temáticas
Além dos dois temas já publicados, serão divulgados vídeos abordando as temáticas “Um olhar decolonial para sala de aula de Matemática”, com o próprio professor Willian José da Cruz; “Desafios para a equidade racial: a fala de mulheres negras”, com a professora do Departamento de Física, Zélia Ludwig, e convidadas; e “Conversa com mulheres africanas”, com a professora do curso de História, Fernanda Thomaz. A próxima série, “Um olhar decolonial para sala de aula de Matemática”, que também conta com a participação do professor da Universidade Católica Dom Bosco, Reginaldo Brito da Costa, está prevista para ser lançada entre dezembro e janeiro.
“A ideia é introduzir pequenos vídeos, formando séries para tratar de cada assunto abordado. É uma oportunidade para as pessoas terem acesso a um material que apresente diversos artistas, professores, pesquisadores negros e negras de Juiz de Fora e de todo Brasil. Ampliar conhecimentos sobre certos temas torna-se de grande importância para a cultura negra”, afirma Cruz.
O docente da Faced, Francione de Oliveira Carvalho, ressalta que sua pesquisa em torno da “Cultura Negra e Periférica” de Juiz de Fora teve início em 2017, com o objetivo de dar visibilidade à produção de artistas visuais afrodescendentes e avaliar seus impactos no ensino e na aprendizagem da arte. “A cidade nasceu no mesmo ano do fim do tráfico de negros e negras escravizados. Essas pessoas foram fundamentais para o desenvolvimento de Juiz de Fora. Entretanto, ao longo de sua história essa memória foi apagada. Muitas vozes foram silenciadas e muitos corpos marginalizados. É fundamental que consigamos recuperar e visibilizar a produção de artistas negros na cidade. Em todas as linguagens artísticas, como música, dança, teatro e artes visuais, podemos vislumbrar a marca de artistas negros e negras em Juiz de Fora”, aponta Carvalho.
Confira o Canal Encontro da Comunidade Negra – UFJF
Outras informações: (32) 2102-3308 (Departamento de Matemática-UFJF)