Os principais destaques da sexta edição do boletim informativo do sistema Busco Saúde são o aumento no número de usuários cadastrados e usuários ativos da plataforma. Desenvolvida por pesquisadores da UFJF e o sistema efetua o registro e acompanhamento de sintomas relacionados à Covid-19 na comunidade acadêmica. Discentes, docentes, técnico-administrativos em educação e terceirizados da Universidade que atuam em atividades presenciais devem se cadastrar no sistema e, caso tenham algum sintoma ou contato com caso confirmado de Covid-19, devem, obrigatoriamente, realizar a notificação.
A ferramenta ainda possibilita que usuários entrem em contato com um profissional de saúde habilitado, por meio de um direcionamento para um canal de telemonitoramento, contribuindo também no encaminhamento e na distribuição de pacientes para os locais de atendimento do município, caso haja necessidade.
Dados epidemiológicos do boletim
Desde o início do monitoramento realizado pelo sistema, em 5 de julho, até o dia 2 de novembro, foram monitorados 366 casos suspeitos de Covid-19 entre os membros da comunidade acadêmica – configurando um aumento de 22,5% em relação ao dia 19 de outubro. No período de 14 dias anteriores, o aumento havia sido de 18,7%. Da mesma maneira, foram registrados 44 casos confirmados de Covid-19, sendo assim um aumento de 15,8% em relação ao dia 19 de outubro (no período anterior, o aumento havia sido de 18,4%).
Sandra Tibiriçá, professora da Faculdade de Medicina, comenta que durante todo o funcionamento do sistema, não houve necessidade de suspender o funcionamento de nenhum instituto ou sala inteira por surtos de Covid-19. “Não foi preciso suspender nenhuma unidade como um todo. Nós tivemos um corte de 12 alunos suspensos há aproximadamente 2 meses, por um período de tempo. Mesmo nesta ocasião, não houve um surto”, explica.
Foram realizados 39 monitoramentos, com a posterior confirmação de 3 casos na 43ª semana epidemiológica (compreendida entre os dias 24 a 30 de outubro). Em comparação com a 42ª semana epidemiológica, houve um aumento de 11,4% no número de casos suspeitos monitorados e uma redução de 40,0% no registro de novos casos. Entretanto, o próprio boletim recomenda uma cautela na avaliação destas quedas.
Possível represamento de dados durante o recesso
Marcel Vieira, professor do Departamento de Estatística do ICE, é um dos autores do documento e explica que “o motivo da cautela é que o monitoramento não é feito em dias de feriados, finais de semana e recessos. Como a universidade esteve em recesso das aulas por conta do Dia do Servidor Público, na semana passada, e nesta semana pelo feriado do dia de Finados, essa queda nos números refletem também o fato de não ter ocorrido o monitoramento na quinta e na sexta. Precisamos acompanhar nas próximas semanas o que chamamos de represamento de dados por conta do não monitoramento nestes dias”, completa.
Atualmente, no dia 03 de novembro, 35 membros da comunidade universitária estão sendo monitorados. No dia 20 de outubro, eram 31 casos suspeitos monitorados, configurando assim um aumento de 12,9% em relação a quatorze dias atrás. Além disso, na 44ª semana epidemiológica que teve início em 31 de outubro, foram monitorados 12 casos suspeitos, com a confirmação de 4 casos.
Diante da média móvel de casos confirmados dos últimos sete dias, no dia 02 de novembro, o número era de 0,14 casos. Entretanto, no dia 19 de outubro, o número figurava em 0,57 casos, indicando assim uma redução de 75,4% neste período de duas semanas. A média móvel para o número de usuários monitorados evoluiu de 4 por dia, no dia 19 de outubro, para 1 por dia no dia 2 de novembro – configurando assim uma redução de 75,0% no período. Novamente, o boletim recomenda cautela na interpretação dessa métrica devido ao possível represamento de dados.
Aumento no número de usuários
No momento atual, o sistema possui 4.584 usuários cadastrados – um aumento de 16,9% em relação ao último boletim, publicado no dia 20 de novembro. Dentre eles, 3.399 são estudantes (74,1%), 576 docentes (12,6%), 491 Técnicos Administrativos em Educação/TAEs (10,7%) e 118 terceirizados (2,6%). Como destaque, houve um aumento de 51,1% no segmento dos terceirizados. No quantitativo total, 3.604 membros são classificados como usuários ativos, ao ponto de que já utilizaram o sistema pelo menos uma vez após o cadastramento.
Ao avaliar a distribuição dos casos suspeitos monitorados por vínculo, o boletim aponta que até o dia 02 de novembro, 73,8% dos usuários monitorados eram discentes, 10,7% eram docentes, 13,4% eram TAEs e 2,2% terceirizados. Em 19 de outubro, estes mesmos percentuais eram, respectivamente, de 77,9%, 9,4%, 11,0% e 1,7%. Já os casos suspeitos estão concentrados principalmente nas seguintes unidades acadêmicas: 25,7% na Faculdade de Medicina (28,8% em 19 de outubro), 18,0% no Instituto de Ciências da Vida do Campus de Governador Valadares (era 17,1%), 11,7% na Faculdade de Odontologia (era 14,4%), e 11,7% na Faculdade de Enfermagem (era 13,7%).