Está no ar a quinta edição do boletim informativo do sistema Busco Saúde. A plataforma, que é desenvolvida por pesquisadores da UFJF, efetua o registro e acompanhamento de sintomas relacionados à Covid-19 na comunidade acadêmica. Discentes, docentes, técnico-administrativos em educação (TAE) e terceirizados da Universidade que atuam em atividades presenciais devem se cadastrar no sistema e, caso tenham algum sintoma ou contato com caso confirmado de Covid-19, devem, obrigatoriamente, realizar a notificação.

A ferramenta ainda possibilita que usuários entrem em contato com um profissional de saúde habilitado, por meio de um direcionamento para um canal de telemonitoramento, contribuindo também no encaminhamento e na distribuição de pacientes para os locais de atendimento do município, caso haja necessidade.

Dados epidemiológicos do boletim

Atualmente, o sistema possui 3.922 usuários cadastrados. Destes, 3.080 são estudantes (78,5%), 325 técnico-administrativos em educação (8,3%), 431 docentes (11,0%) e 86 terceirizados (2,2%). Em relação ao último boletim, houve um aumento de 31,9% no número de usuários, com destaque para o segmento dos terceirizados que apresentou um aumento de 186,7%. Dentre todos os usuários, são considerados ativos 3.101 (79,1%) por já terem feito uso do sistema pelo menos uma vez após o cadastro.

Desde o início do monitoramento, no dia 5 de julho, até o dia 19 de outubro, haviam sido monitorados 299 casos suspeitos entre os membros da comunidade acadêmica – um aumento de 12,4% em relação ao dia 5 de outubro, sendo que no período de 14 dias anteriores, o aumento havia sido de 34,9%. No mesmo período, foram registrados 38 casos confirmados, configurando um aumento de 31,0% em relação ao dia 5 de outubro (no período anterior, o aumento havia sido de 17,2%).

Foram realizados 11 monitoramentos na 41ª semana epidemiológica, resultando em dois casos confirmados. Em comparação com a 40ª semana epidemiológica, entre 3 a 9 de outubro, houve uma redução de 42,1% no número de casos suspeitos monitorados e estabilidade no registro de novos casos. Atualmente, estão sendo monitorados 31 membros da comunidade acadêmica – um aumento de 106,7% em comparação ao dia 06 de outubro, com 15 casos monitorados.

Diante da média móvel de casos confirmados nos últimos sete dias, o documento aponta estabilidade neste indicador, tendo em vista que o número de 0,57 casos se manteve igual em 5 de outubro e no dia 19 do mesmo mês. Entretanto, a média móvel do número de membros da comunidade acadêmica monitorados evoluiu de 2 por dia, no dia 5 de outubro, para 4 por dia no dia 19 de outubro –  um aumento de 100,0%.

“Uma vez que tivemos o aumento de usuários cadastrados e observamos estabilidade em alguns indicadores, pode-se inferir que, na verdade, em termos de população total (que não temos como observar) estes indicadores estão caindo. É o que temos observado nos dados do município pela plataforma JF Salvando Todos”, explica Fernando Colugnati, professor da faculdade de Medicina.

Prevalência da Covid-19 na comunidade acadêmica 

O documento também analisa os resultados da prevalência da Covid-19 na comunidade universitária. O índice é obtido através do cálculo da razão entre o número de casos confirmados e número de usuários ativos, com a consequente multiplicação por 100. Atualmente, a prevalência da Covid-19 entre os usuários do Busco Saúde é de 1,56% para o campus Juiz de Fora (era de 1,87% em 5 de outubro), 0,36% para o campus de Governador Valadares (0,43% anteriormente) e 1,89% para o Colégio de Aplicação João XXIII (0,00% anteriormente). 

Sandra Tibiriçá, professora da faculdade de Medicina, comenta sobre a alta na prevalência da última unidade citada. “O Colégio João XXIII ainda não retornou suas atividades presenciais. Desta forma, esse aumento da adesão preliminar é importante para prepararmos o retorno presencial já com monitoramento das atividades remotas. A partir do momento em que houve grande adesão envolvendo a comunidade acadêmica da Unidade, é esperado um aumento de fluxo no primeiro momento que coincide com a chegada da população alvo. É importante observar se esta curva se mantém ascendente ao longo das próximas semanas epidemiológicas (que coincidirão com o retorno presencial) ou se o aumento foi apenas um retrato do momento inicial de adesão ao monitoramento”, conclui.

Distribuição de casos por vínculos e unidades

Ao analisar a distribuição dos casos suspeitos monitorados por vínculos, até o dia 19 de outubro, 77,9% dos usuários monitorados eram discentes, 9,4% eram docentes, 11,0% eram TAEs e 1,7% terceirizados. Em 5 de outubro, estes percentuais eram, respectivamente, 77,2%, 11,0%, 10,7% e 1,1%. Homens representam atualmente 36,8% dos casos suspeitos, enquanto as mulheres somam 63,2% do quantitativo. 

Os casos suspeitos estão concentrados principalmente nas seguintes unidades acadêmicas: 28,8% na Faculdade de Medicina (era 30,0% em 5 de outubro), 17,1% no Instituto de Ciências da Vida do Campus de Governador Valadares (era 16,7%), 14,4% na Faculdade de Odontologia (era 15,2%), e 13,7% na Faculdade de Enfermagem (era 14,1%). Entre os usuários ativos que já foram monitorados em algum momento desde o início das operações do sistema, 7,6% são discentes, 6,5% docentes, 10,2% TAEs e 5,8% terceirizados. Em 5 de outubro, esses percentuais eram, respectivamente, de 8,1%, 10,7%, 16,1% e 10,0%.