O edital de Demanda Universal da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) destinará R$2.494.226,22 a pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação da Universidade Federal de Juiz de Fora. O resultado da Chamada 01/2021 foi divulgado no último dia 28 de setembro e totaliza 824 projetos aprovados, sendo destes 54 coordenados por pesquisadores da instituição. O montante de recursos alocados nesta chamada é da ordem de R$36 milhões.
“A captação de cerca de 2,5 milhões de reais em projetos é uma notícia formidável, tendo em vista os cortes de orçamento em pesquisa”, comemora a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro de Oliveira. O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações é 58% menor para este ano do que em 2015, quando já apresentava queda, segundo dados do próprio Ministério. Na UFJF, houve uma redução de quase nove milhões de reais em recursos recebidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico entre 2012 e 2019. Mônica ressalta que cerca de 40 instituições do estado de Minas participaram do edital, o que representa uma alta adesão e, comparativamente, um bom índice de aprovação de projetos da Universidade.
O momento de incertezas provocado pela pandemia evidencia ainda mais a importância da ciência para o avanço da sociedade. A pesquisa se tornou uma das poucas saídas possíveis para a batalha contra a Covid-19. Sete pesquisas da UFJF aprovadas se dedicam ao tema e suas implicações. “O recurso aplicado em projetos específicos pode gerar o mínimo de estabilidade necessária para a condução dos planos de trabalho”, reforça a pró-reitora.
Um dos contemplados é o projeto do professor Nathan Oliveira Barros, do departamento de Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFJF. A pesquisa, que será auxiliada num valor de R$69.578, pretende estimar o impacto da piscicultura em Minas Gerais em relação ao efeito estufa e compará-la a outras fontes de proteína animal (boi, porco e aves), produzidas no estado. Essa informação poderá subsidiar a tomada de decisão em busca de uma forma mais sustentável de produção de alimentos. Por meio de inteligência artificial, será desenvolvida uma rotina computacional que possibilitará a identificação e medição da área de tanques de pisciculturas em todo o estado, tecnologia que poderá ser aplicada a outros tipos de estudos em outros locais. “Ficamos todos bem felizes. Sabíamos da importância científica da proposta e sempre acreditamos nessa aprovação. O anúncio do resultado foi uma comprovação da excelência da proposta. Esse recurso será de grande valia nesse momento”, explicou Barros.
“Estamos vivenciando uma queda vertiginosa de investimentos em pesquisa. Portanto, a liberação de recursos públicos hoje é um alívio – ainda pequeno – mas um grande estímulo a darmos continuidade às nossas pesquisas”, Mônica Ribeiro
Outra pesquisa aprovada pela Fapemig, “Ensino Remoto Emergencial (ERE) Durante A Pandemia: Acessibilidade e Inclusão No Ensino Superior”, coordenada por Mylene Cristina Santiago, busca compreender como o modelo de ensino remoto emergencial no contexto da pandemia de Covid-19 impactou os estudantes com deficiência da UFJF e entender como as outras instituições de ensino superior públicas estão lidando com o desafio da acessibilidade nesse contexto. Mylene, professora do departamento de Educação e vice-coordenadora do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) da UFJF, explica que o projeto se desenvolverá em quatro etapas: pesquisa documental envolvendo as orientações produzidas pelas IES no que tange à acessibilidade e inclusão de alunos com deficiência; revisão bibliográfica de artigos envolvendo a temática da acessibilidade curricular e desenho universal para a aprendizagem no ensino superior; aplicação de questionário aos alunos com deficiência matriculados na UFJF; e, grupo focal com alunos voluntários, que desejam relatar suas experiências acadêmicas durante o ERE. O projeto receberá um auxílio de R$63.633,20.