Foi publicada a décima quarta edição da nota técnica do Grupo de Modelagem Epidemiológica, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), responsável pela análise de dados a respeito da disseminação e do controle do coronavírus em Juiz de Fora. O documento considera os dados disponíveis até o dia 16 de janeiro de 2021.
Número de casos e taxa de letalidade aumentam
Média móvel de casos para os últimos sete dias aumenta 70% em relação ao início do mês; letalidade também sobe
Em Juiz de Fora, a média móvel do número de casos novos para os últimos sete dias apresentou um aumento de cerca de 70% em relação a 2 de janeiro (14 dias antes). A taxa de letalidade do município também apresentou aumento. No dia 16 de janeiro, a taxa de letalidade da Covid-19 era de 3,94% em Juiz de Fora. Em comparação, no mesmo dia, o índice era de 2,46% na região Macro Sudeste, 2,1% em Minas Gerais e 2,48% no Brasil. “Juiz de Fora não tem nenhum sinal de controle de pandemia, pelo contrário: o que observamos é um aumento no número de casos e de vidas perdidas nas três últimas semanas”, afirma Isabel Leite, uma das autoras do documento.
A distribuição dos casos confirmados, por faixas etárias, indica que 57,5% (em Juiz de Fora) e 68,64% (na Macro Sudeste) são em pessoas com idades entre 20 e 59 anos, ou seja, pertencem majoritariamente à parte da população que é economicamente ativa. “Famílias foram contaminadas possivelmente no Natal e Ano Novo, com viagens e festas. Por mais que tenham sido alertados, manteve-se a tendência do agravamento da pandemia no município, já identificada desde as notas de novembro”, avalia Isabel Leite. A análise da distribuição dos óbitos por faixas etárias confirma que 80% dos pacientes que vieram a falecer em Juiz de Fora tinham 60 ou mais.
Movimentação de fim de ano traz consequências
Dados do Google Mobility indicam a redução de ida ao trabalho e a parques no período do feriado de 1º de janeiro – mas, por outro lado, às idas às estações de transporte (pontos de ônibus e estações rodoviárias) aumentaram 60% em relação ao período de referência anterior, 18 de dezembro. “O nosso grande desafio vem nesses primeiros 15, 20 dias do mês de janeiro, com o retorno das pessoas que saíram para o feriado: o que acontecerá em termos de aumento de casos suspeitos, confirmados e consequentes internações, seja em enfermaria ou UTI”, aponta Isabel Leite.
A Função de Resposta ao Impulso, um dos fatores apontados pela análise do grupo de modelagem, estima que, no período até 13 de janeiro, a cada 84 novos casos suspeitos, é esperado – depois de decorridos oito dias – um aumento de 40 novos casos suspeitos, cerca de 4 leitos de enfermaria e um leito de UTI ocupados. Com base neste modelo, é apresentada uma projeção de leitos ocupados até o dia 27 de janeiro, que pode chegar a 473 pacientes internados entre enfermaria e UTI.
Outras informações:
14ª nota técnica do Grupo de Modelagem Epidemiológica