*Atualizada em 22 de dezembro, às 8h30

Equipe Supernova Rocketry encarou muitos desafios no novo formato da competição (Foto: Divulgação)

A equipe de foguetemodelismo, formada por estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Supernova Rocketry foi premiada na competição Latin American Space Challenge (Lasc), conquistando o Team Conduct Award, prêmio que diz respeito à conduta da equipe. O evento aconteceu por meio de transmissão no Youtube em 28 e 29 de novembro. 

 A Lasc é um evento que estimula equipes a aplicar na prática o foguetemodelismo  nos países latino-americanos. Para Cardoso, ganhar um prêmio em uma competição como esta é de grande importância, pois projeta a equipe como uma referência internacional no foguetemodelismo. O Team Conduct Award, prêmio conquistado, aponta para a equipe modelo da competição, explica Cardoso. “Aquela que mostrou profissionalismo e conduta exemplar, além da sinergia, da parceria e do espírito de equipe.” É a segunda vez da Supernova Rocketry na disputa, assim como é a segunda edição do evento, porém, em 2020, devido a pandemia do novo coronavírus, aconteceu de forma on-line. 

A Lasc usualmente acontece em duas etapas, uma teórica e outra prática. Na teórica as equipes possuem o desafio de enviar um relatório de progresso do projeto, assim como um relatório final e um vídeo de apresentação. Nesta etapa, a equipe passa por avaliação técnica e de design. Já na prática, é o momento em que de fato as equipes lançam o foguete e nela são avaliadas o apogeu, ou seja, a altura atingida pelo projétil, e sua performance de voo. 

Neste ano, a competição teve de se adaptar às medidas de restrição impostas pela pandemia, com isso a parte de lançamento não aconteceu. A etapa prática passou a ser um “hackathon”, uma maratona de programação no qual as equipes tiveram uma semana para desenvolver uma solução e apresentá-la em formato de pitch, uma exibição rápida de um produto com a intenção de vender a ideia para investidores. “Nessa exposição nós não somente abordaríamos aspectos técnicos do desafio, mas também aspectos de um modelo de negócio de uma empresa de verdade, como estudo de mercado, viabilidade econômica e de implantação da solução proposta”, explica Cardoso.  

Desafios e expectativas

De acordo com o presidente da equipe, a competição de 2020 apresentou novos desafios e muitas expectativas. “A Lasc Online teve uma pegada bem diferente do que estávamos acostumados, pois não tivemos que pensar só na parte técnica do projeto. E, com certeza, isso possibilitou explorarmos e desenvolvermos o potencial dos membros de formas novas, trazendo muitos aprendizados para a equipe. A nossa verdadeira expectativa dessa competição foi a hackathon, então decidimos submeter para a parte teórica o mesmo projeto do ano passado e focar nossos esforços nesse novo desafio.” 

A hackathon aconteceu na semana de 28 de novembro, com os desafios sendo divulgados no dia 22. “Nós definimos o desafio e fizemos uma reunião para saber de que forma íamos nos organizar. Vimos que a forma no qual a equipe se organiza normalmente, entre setores, não se encaixaria para a hackathon, então a primeira mudança veio aí. Nós queríamos experimentar, então nos separamos internamente de um jeito novo, de forma que cada um pudesse se desenvolver dentro dessa semana e que também a comunicação pudesse ser efetiva e muito interligada.” 

Cardoso afirma, ainda, que uma grande dificuldade enfrentada foi que a segunda etapa do desafio coincidiu com a última semana de aulas da UFJF, mas que mesmo assim a equipe não se desorganizou. “A proposta não tinha a ver com o que estávamos acostumados a desenvolver, pois não se tratava apenas de um minifoguete, mas sim de pensar uma solução para desenvolver um veículo para ser lançado no espaço. Cada um de nós se dedicou ao máximo para apresentar uma solução que fosse interessante e diferente, de um jeito que nenhuma outra equipe faria. Quando nos apresentamos, algumas pessoas da organização da competição nos deram feedbacks muito positivos, de que inovamos e pensamos fora da caixa. Nós nos esforçamos muito para fazer acontecer e no fim das contas recebemos a premiação que fez tudo valer a pena.”

Novo projeto

Recentemente, a equipe Supernova Rocketry obteve aprovação de um novo projeto via edital de Apoio aos Grupos de Foguetes Acadêmicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), com patrocínio da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate). A equipe desenvolve, então,  um foguete para atingir cerca de três quilômetros – o apresentado na competição Latin American Space Challenge (Lasc) foi projetado para chegar  a um quilômetro.  De acordo com o presidente da equipe, Pedro Cardoso, “este projeto de foguete possibilitará à Supernova participar de competições não só nacionais ou latinoamericanas, mas mundiais. O apoio da AEB e da Funcate é muito significativo para nós pois, agora, temos grandes chances de decolar e ser referência no mundo”.