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Nova sede do Instituto de Ciências Humanas foi um dos marcos da expansão da UFJF

Atualmente, a UFJF oferta para a comunidade 79 cursos de graduação, 46 de mestrado, 24 de doutorado e 51 especializações, aperfeiçoamentos e residências, que somados ao ensino médio e fundamental, ofertados pelo Colégio de Aplicação João XXIII, contemplam mais de 24 mil estudantes oriundos de todas as regiões do país.

Para que possa ser tão atuante, há a necessidade de recursos que possibilitam também a manutenção de 588 projetos e programas de extensão, 92 acordos internacionais, 1.525 técnico-administrativos em Educação (TAEs) e mais de 800 funcionários terceirizados.

Desde de 2009, uma série de investimentos têm permitido um projeto de expansão da Instituição. Os recursos são direcionados para as obras do Hospital Universitário (HU/CAS), institutos, faculdades, revitalização do campus e melhoria da infraestrutura de ensino, extensão, pesquisa, inovação e cultura.

São exemplos desse período, nas gestões dos professores Henrique Duque, Julio Chebli e Marcos Chein, as novas sedes dos institutos de Ciências Humanas e de Ciências Exatas, das faculdades de Medicina e de Economia, do Centro de Ciências, como também a reforma da Praça Cívica e a criação do Instituição de Artes e Design. Incluem-se ainda, entre outras ampliações, as da Faculdade de Engenharia, do Restaurante Universitário, no campus, e do Instituto de Ciências Biológicas. A UFJF deu, ainda, um importante passo, além de suas já conhecidas fronteiras, instalando uma unidade em Governador Valadares.

UFJF completa oito anos de atividades em Governador Valadares
Exposição fotográfica virtual conta a história dos oito anos do campus GV

Nos anos 2010, Restaurante Universitário passa por ampliação (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Além da captação de recursos junto a ministérios e parlamentares pelos próprios gestores, um dos propulsores para essa expansão foi o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que também possibilitou a contratação de novos TAEs. É o caso da servidora Vilma Lucia Pedro, alocada na Pró-reitoria de Graduação (Prograd).

“O Reuni foi um importante processo de expansão da Universidade, que aumentou o número de vagas em graduações e viabilizou a implantação de outros novos cursos. Essa ampliação demandou um maior número de servidores e foi assim, por uma vaga desta iniciativa, que tive oportunidade de prestar o concurso público e ingressei na UFJF em 2011”, explica Vilma.

Já no caso da professora Denise Gomide, o Reuni ofereceu acessibilidade e infraestrutura. Após formada e atuando como docente, apresentou problemas de saúde que acarretaram em uma deficiência auditiva. Afastada da função de professora, aposentada por invalidez e sentindo a aproximação de um quadro depressivo, foi incentivada a voltar a estudar. Aprovada em Ciências Humanas, o curso localiza-se no prédio novo Instituto de Ciências Humanas (ICH), o que permitiu melhores condições de ensino. Essa obra foi um dos frutos do investimento do Governo Federal realizado pelo Reuni.

Acesso
Ao voltar para a Universidade, conversava com os professores e colegas sobre a necessidade em ter que sentar-se à frente para fazer a leitura labial e sobre algumas condutas que facilitariam o processo de ensino-aprendizagem e convivência. Diz que precisou se adaptar à nova vida – à deficiência e ao retorno dos estudos de graduação. “Algumas dificuldades surgiram. Muitas vezes, tive que pedir ao professor para fazer a leitura labial. Já outros achavam que se falassem mais alto me ajudariam e eu os expliquei que isso até atrapalhava, que seria mais fácil se falassem pausadamente. Apesar de tudo, sempre me senti muito acolhida pela Universidade.”

Entre as lembranças, recorda da participação no livro “Eu faço parte desta história: Inclusão na Universidade Federal de Juiz de Fora”, promovido pela antiga Coordenação de Acessibilidade Educacional, Física e Informacional (Caefi) e sobre a possibilidade de fazer o juramento do curso de Turismo com uma proposta de acessibilidade e inclusão. “Em 2017, fiz a fala por um turismo inclusivo e acessível. Espero que a UFJF continue melhorando a cada dia a luta pela defesa dos direitos das diferenças e por um ensino de qualidade.”

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Foto produzida por Rodrigo Millani, para a Semana Rainbow da UFJF, enquanto cursava Artes e Design

Oportunidades
Vindo do estado de São Paulo para cursar Artes e Design, Rodrigo Millani relata que levou um choque cultural ao chegar em Juiz de Fora. A adaptação ao novo contexto se deu pela inserção de um novo universo, representado pela vida universitária. Estudante do Instituto de Artes e Design (IAD), recorda que os debates sobre gênero e sexualidade sempre foram muito abertos. “Quando comecei a frequentar outros institutos da UFJF, percebi que essas discussões também eram abordadas e, em determinados momentos, eram exclusivamente o propósito dos encontros. Vi que o tema era tratado em matérias curriculares e seminários, além de ver o surgimento da Semana Rainbow da UFJF que ouve as vozes dos membros da comunidade LGBTQIA+”.

De acordo com o ex-aluno, sempre  sentiu-se acolhido e respeitado pela sua sexualidade e reitera que a participação em alguns encontros fizeram com que ele quebrasse os próprios paradigmas e preconceitos. Além disso, ter sido selecionado três vezes nos editais fotográficos da Semana Rainbow é motivo de orgulho, pois pôde se expressar artisticamente e permitiu o compartilhamento de visões com outros artistas da comunidade.

“As fotografias selecionadas pela Semana Rainbow, embora tenham temáticas diferentes, me fazem pensar no apoio existente entre os membros da comunidade LGBTQIA+, por conta das várias parcerias que realizei para as produções de tais fotos. Todos os retratados são, além de homossexuais, pessoas muito próximas a mim, tornando a troca de conhecimentos, pensamentos e produções artísticas algo prazeroso”, observa o fotógrafo. 

Nome Social

Estudante Eduardo foi o primeiro a requerer o uso do nome social em 2015

Estudante Eduardo Dias foi o primeiro a requerer o uso do nome social em 2015

Desde a publicação do Decreto 8.727, da Presidência da República, em 2016, a utilização do nome social tornou-se um direito no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a decisão é regulamentada pela Resolução 24/2019 do Conselho Superior, que também dispõe sobre o uso dos espaços segregados por gênero dentro da instituição.

Segundo o estudante do curso de Design, Eduardo Novaes Dias, antes mesmo de compor a comunidade acadêmica da UFJF, já havia procurado saber se existia alguma possibilidade ou regulamentação que permitisse a utilização do nome social durante a vida universitária. “Após a minha aprovação, logo na segunda semana de aula, no dia 10 de agosto de 2014, fui à Central de Atendimento (CAT) saber qual seria o procedimento, pois essa questão era fundamental para minha permanência na Instituição.”

Foi orientado pela equipe a fazer a solicitação, sendo que ela seria encaminhada para a Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara) e votada no Conselho Superior (Consu). Apesar de na época não existir a lei do governo federal sobre o Uso do Nome Social, o Consu aprovou com unanimidade o requerimento em fevereiro de 2015.

“Fui o primeiro a requerer o uso do Nome Social, obviamente pensei no meu bem-estar, mas, também na inserção da comunidade trans. A UFJF ainda tem vários problemas, mas é visível a preocupação com a diversidade. Inclusive, esse ano fiz a animação de um personagem trans para a campanha do Pism e isso mostra que pertencemos a esse lugar”, reitera Dias.

Desde 2017, o Conselho Superior da UFJF aprovou o uso do nome social em históricos escolares, diplomas e certificados de Conclusão de Curso emitidos pela instituição. A decisão do Conselho amplia a Resolução 06/2015, do Consu, que assegurava, aos servidores docentes e técnico-administrativos em Educação e aos estudantes, o direito ao uso do nome social nos registros, documentos e atos da vida funcional e acadêmica no âmbito na UFJF.

Jardim Botânico e onça

Jardim Botanico UFJF - Foto Raul Mourão UFJF

Jardim Botânico como símbolo do resultado da mobilização popular em favor da causa ambiental (Foto: Raul Mourão/UFJF)

Símbolo da mobilização popular em favor da preservação ambiental, o Jardim Botânico da UFJF foi um dos marcos para desenvolvimento de estudos e ações de extensão. Um grupo de empresários havia comprado a área do Sítio Malícia, onde atualmente fuciona o Jardim. Em 2003, inicia-se um processo de licenciamento ambiental para construção de um condomínio luxuoso no local.

O negócio enfrenta a oposição de organizações civis, públicas e não-governamentais, e é debatido por órgãos ambientalistas e pela sociedade em audiências públicas realizadas nos anos seguintes. O movimento luta pelo embargo do projeto, pela desapropriação da área e sua transformação em unidade de conservação, como parque, reserva biológica, estação ecológica ou jardim botânico.

Durante audiência pública em 2007, a UFJF anuncia interesse em adquirir a área em questão para nela construir um jardim botânico. Em agosto de 2009, assina protocolo de intenção de compra da área de 82 hectares do Sítio Malícia. Em março de 2010, é assinada a escritura de compra do terreno pela UFJF, dando-se início ao projeto de implantação do Jardim Botânico em um dos últimos refúgios da Mata Atlântica.

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Presença inesperada de uma onça-pintada no Jardim Botânico mobilizou Juiz de Fora (Foto: Pedro Nobre/UFJF)

E duas semanas após sua abertura ao público, em 2019, recebe a presença de uma onça-pintada. A passagem do felino foi um caso desafiante para o trabalho em educação ambiental e comunicação, além de uma oportunidade de aprendizado, que perdura. 

A Universidade e a cidade viveram uma alegria em saber que Juiz de Fora abrigava, na Mata do Krambeck, uma onça-pintada, algo que parecia inacreditável, inesperado e até energizante, em meio a momentos conturbados, no país. E vivenciaram momentos de tensão: o animal não se mantinha apenas no fragmento florestal, circulava pelas ruas. Virou uma atração, motivo de orgulho e de receios. 

Apesar de as primeiras fotos ressaltarem a beleza da onça e certa “fofura”, era preciso alertar que se tratava de um animal selvagem, raro, poderoso, mas também frágil ante aos riscos de atropelamento, reações a ataques por defesa e possíveis covardias humanas, como maus tratos e caça. Por isso, a cada dia, a tensão era crescente para a obtenção de sucesso na captura, por meio da ação conjunta de sete instituições públicas. Solta, livre, em nova área verde muito mais ampla, torce-se para que permaneça bem. A onça se despediu de Juiz de Fora, mas ela nunca se foi, permanece presente no imaginário local e como uma boa história para se contar.

UFJF 60 anos
Para celebrar a data, a Diretoria de Imagem Institucional traz a proposta de recordar os mais diversos momentos vividos pela comunidade acadêmica ao longo dos 60 anos. A iniciativa consiste em envolver as pessoas da comunidade para compartilharem suas recordações pelo e-mail ufjf60@comunicacao.ufjf.br ou pelas redes sociais usando #UFJF60anos. 

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