Graduado em Ciências Biológicas e mestre em Zoologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Renato Martins é um dos novos membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC). De acordo com a ABC, os membros afiliados são jovens pesquisadores de excelência, que tenham menos de 40 anos. O pesquisador toma posse no dia 1º de janeiro. Em função da pandemia de Covid-19, as cerimônias de posse foram suspensas. 

Impactos humanos em ambientes aquáticos

Martins concluiu a graduação em 2007 e o mestrado em 2009. Atualmente, trabalha junto ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) – onde concluiu doutorado – no projeto “Efeitos das mudanças climáticas e da entrada de nutrientes sobre a decomposição foliar em ambientes aquáticos amazônicos”. “Em pequenos riachos de florestas, as folhas decompostas são a principal fonte de alimento para os organismos aquáticos. Assim, busco entender os fatores bióticos e abióticos que influenciam a decomposição foliar nos ambientes aquáticos”, explica. O estudo faz parte de seu pós-doutorado. 

O pesquisador também estuda os efeitos dos impactos humanos – urbanização, desmatamento, aumento da temperatura e do gás carbônico – sobre os ambientes aquáticos, os animais invertebrados aquáticos e a decomposição foliar. Martins revela que em estudos recentes, chegou à conclusão de que a vegetação em torno de riachos nas áreas de preservação permanente (APP) em diferentes regiões do Brasil não é suficiente para manutenção da biodiversidade de peixes e insetos aquáticos. “O reconhecimento da ABC é um grande incentivo para continuidade e desenvolvimento dessas pesquisas, ainda mais nesse momento difícil e desafiador em que a ciência é colocada à prova, mas se mostra capaz de trazer respostas expressivas para a população”, aponta.

Para seu orientador da graduação e do mestrado, Roberto da Gama Alves, essa nomeação é, acima de tudo, um exemplo e incentivo, principalmente, para os  discentes que trabalham com iniciação científica (IC). “Renato dedicou -se à pesquisa desde a graduação, participando do programa de IC, passando pelo mestrado, também na UFJF, e partindo para o doutorado no INPA. Esse reconhecimento é uma conquista do seu trabalho como pesquisador”, conclui Alves.

A Academia Brasileira de Ciências

Fundada em 1916, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) é uma entidade independente, não governamental e sem fins lucrativos, que tem como foco o desenvolvimento científico do Brasil, a interação entre os cientistas brasileiros e com pesquisadores de outras nações. Além disso, atua como sociedade científica honorífica com o objetivo de contribuir para o estudo de temas com alta relevância social, visando dar subsídios científicos para a formulação de políticas públicas. Atualmente possui 900 membros e é uma das mais antigas associações de cientistas no país.