Ranking organizado pela Folha de São Paulo, com base em dados da Web of Science, apresenta a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) como a instituição com mais pesquisas feitas em colaboração com micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O ranking considerou estudos feitos de 2015 a 2019 com empresas de até 500 funcionários. A SmartI9, empresa de softwares e aplicativos que nasceu no campus, assina todos os 15 estudos da UFJF.

Colaboração com MPMEs

De acordo com Moisés Ribeiro, membro do Instituto Nacional de Energia Elétrica (Inerge), normalmente, MPMEs não dispõem de recursos para investir em pesquisa, mas são bastante abertas para colaborar e apresentar problemas que podem ser investigados na universidade. “Passamos a pesquisar problemas que são reais e que podem gerar resultados impactantes do ponto de vista científico. Isso é algo que pude observar durante o período que passei nas Universidades de Stanford e Princeton como Professor Visitante Fulbright, ou seja, forte interação entre empresas e universidade geram soluções e produções científicas impactantes”, lembra.

Ribeiro afirma que a UFJF tem um histórico consistente de parceria com o setor privado. Por meio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), existem várias ações sendo desenvolvidas. O pesquisador também destaca a importância do Inerge. “O Inerge é o único Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia apoiado pelo governo federal para realizar pesquisa na área de Smart Grid – Redes Elétricas Inteligentes” 

SmartI9

A maioria das MPMEs procuram parcerias com instituições de pesquisa por conta de editais de apoio. “A UFJF dispõe de recursos para realizar pesquisas baseadas em bolsas de órgãos de fomento. Esses bolsas sendo direcionadas para resolver problemas práticos têm potencial para melhorar a qualidade dos produtos oferecidos por MPMEs”, esclarece Ribeiro. Esse é o caso da SmartI9, incubada na UFJF nos três primeiros anos de funcionamento e agora com sede do Centro Comercial São Pedro, do lado do campus.

“Realizamos vários projetos de Pesquisa e Desenvolvimento com MPMEs através do Sebraetec – programa do Sebrae que disponibiliza serviços tecnológicos para empresas – nos últimos seis anos. As pesquisas com a Smart Inove foram as que mais deram resultados científicos”, aponta Ribeiro. A SmartI9 nasceu no Laboratório de Comunicações (LCOM) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPEE) da UFJF, a partir do apoio do Inerge. Depois disso foi incubada no Critt. “Por nascer dentro de um laboratório de um programa de pós-graduação conceituado nacionalmente e estar incubada no Critt, sempre houveram cooperações para gerar pesquisas científicas relevantes”, completa.