Um estudo baseado na vigilância de casos de hanseníase, seus contatos domiciliares e sociais pautou a dissertação da enfermeira Sarah Lamas Vidal. A partir dos resultados de testes sorológicos, ela buscou identificar pessoas expostas ao Mycobacterium leprae, agente etiológico causador da hanseníase. A pesquisa foi realizada no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Sarah integra o Núcleo de Estudos em Infecções e Complicações relacionadas à Assistência à Saúde (NEICAS), da Faculdade de Enfermagem. Ela explica que a hanseníase é uma doença infecciosa crônica que causa, sobretudo, lesões na pele e danos aos nervos. Segundo a enfermeira, é transmitida a partir do contato próximo e prolongado com alguém que está doente e ainda não recebeu tratamento. Por isso, é importante identificar as pessoas que estão doentes e seus contatos, o mais rápido possível, para iniciar o tratamento e evitar a transmissão. “A hanseníase ainda é um problema de saúde pública no Brasil e afeta de maneira importante a sociedade, tanto em aspectos físicos, quanto psicológicos e sociais”, relata a pesquisadora.

A pesquisa consiste na análise combinada dos testes envolvendo os três antígenos (NDO-HSA, LID-1, NDO-LID), responsáveis pela produção de anticorpo, e as duas quimiocinas (CCL2 e CXCL10), que são como mensageiras do sistema imune, transmitindo sinais regulatórios de célula para célula. Sarah esclarece que essas substâncias, utilizadas de maneira conjunta, potencializam a identificação de pessoas infectadas com o Mycobacterium leprae e suscetíveis ao adoecimento por hanseníase em regiões de baixa endemicidade. Entre as descobertas importantes está a que faz referência aos contatos sociais: aqueles que residem a menos de 50 metros de distância da moradia do caso índice apresentam maior risco de adoecimento.

A professora orientadora, Angélica da Conceição Oliveira Coelho, relata que o estudo contribui para a sociedade uma vez que fornece orientações aos participantes, principalmente quanto aos sinais e sintomas. Além disso, foram realizados exames clínicos pela equipe da pesquisa e encaminhamento ao serviço de referência de Juiz de Fora para confirmação diagnóstica. A professora Angélica ressalta, ainda, que a utilização dos testes sorológicos pôde possibilitar melhorias nas ações de vigilância dos contatos domiciliares e sociais de casos de hanseníase, pois indivíduos testados positivo precisam de um acompanhamento mais frequente e isso contribui para a descoberta de novos casos e tratamento oportuno, ajudando na cura e na quebra da cadeia de transmissão da doença. 

Contato:
Angélica da Conceição Oliveira Coelho – (Orientadora)
angelica.fabri@ufjf.edu.br 

Banca Examinadora:
Profa. Dra. Angélica da Conceição Oliveira Coelho – Orientadora (UFJF)
Profa. Dra. Herica Silva Dutra – (UFJF)
Profa. Dra. Fernanda Moura Lanza – (UFSJ)
Prof. Dr. Francisco Carlos Félix Lana – (UFMG)

Outras informações: (32) 2102-3297 – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem