Com o intuito de ampliar os conhecimentos sobre a importância dos acervos documentais, nos dias 18, 19 e 20 de agosto, o Arquivo Central e o Centro de Conservação da Memória (Cecom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promove o minicurso “Educação para o Patrimônio: pensando em acervos documentais”. O evento acontece das 19h às 21h, através da plataforma Doity Play. As inscrições, enquanto durarem as vagas, podem ser feitas pelo site. Participantes que cumprirem 70% da carga horária receberão certificado.

O minicurso é uma parceria entre o Cecom e o Arquivo Central, via Laboratório de Pesquisa em História e Arquivologia (LaphArq), grupo de pesquisa formado por funcionários e bolsistas do órgão. Segundo a conservadora e restauradora do Arquivo Central, Andreia de Freitas Rodrigues, existe uma carência muito grande na área de capacitação envolvendo acervos documentais. Motivo que levou ao preenchimento de 300 vagas ofertadas pelo minicurso em menos de 24 horas. “Para nós foi uma grande surpresa e satisfação. Aumentamos o número de vagas para 1000 e esperamos uma grande participação”. 

Os três dias de curso buscam mostrar de forma prática e teórica a importância da preservação e conhecimentos sobre arquivos documentais.  Para a auxiliar agente de cultura e lazer do Cecom, Mariana Faria, é preciso levar a todos a importância da conservação do patrimônio arquivístico. “Quando se fala em  patrimônio já se associa logo a casarões, museus e documentos velhos, e não é bem assim. Eu vejo que ainda hoje o acervo documental não é compreendido como patrimônio. Então mesmo com o minicurso voltado para pessoas atuantes na área e afins, nós queremos mostrar que documento também é uma das faces do patrimônio”.  

Andreia Freitas explica que patrimônio documental arquivístico se refere aos bens culturais que registram informações, em diferente suportes, da memória, história, diversidade dos povos e regiões, em suas mais diversas manifestações sociais, religiosas e econômicas. “Os patrimônios documentais possuem uma valor único, permanente, sendo a documentação da expressão das tradições de um povo, seus fazeres e costumes. Ele pode estar em arquivos, mas também possui acervos em outros lugares, como um centro de memória”.  

O Cecom é um exemplo. É um órgão suplementar da UFJF ligado à Pró-Reitoria de Cultura e tem como função a preservação da memória social, a partir da conservação de acervos documentais, organização de eventos culturais e acadêmicos, realização de pesquisas, entre outras atividades. Carolina Saporetti, curadora do Cecom, afirma que através de exemplos práticos de estudos de casos do centro, buscará conscientizar a população sobre seus principais conceitos e promover o sentimento de pertença, “proporcionando oportunidades de reflexão e aprofundamento do conhecimento a partir do seu contexto sociocultural e ambiental de seu entorno”. 

Mariana Faria ressalta que é importante levar esse conhecimento para as novas gerações. “Vivemos em uma era digital, em que a maioria dos documentos já nascem digitais. Então a preservação do acervo documental enquanto patrimônio é fundamental  para que os estudantes  o entendam,  não somente como uma forma de registro do passado, mas como um elo com o passado”.