O Grupo de Pesquisas e Estudos em Africanidades, Imaginário e Educação (Anime) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai realizar a partir da próxima terça-feira, dia 7, uma série de encontros virtuais para debater as políticas de ações afirmativas nas universidades públicas brasileiras. Ao todo, serão cinco lives no Instagram, com pesquisadores convidados de várias instituições de ensino do país. 

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A iniciativa é aberta ao público em geral, e tem o apoio da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da UFJF. Os interessados em receber certificação pela participação no evento devem realizar inscrição através de formulário eletrônico. Só serão conferidos certificados aos participantes dos cinco encontros remotos.

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O Anime tem coordenação do professor da Faculdade de Educação e diretor de Ações Afirmativas da UFJF,  Julvan Moreira de Oliveira. O grupo dedica-se às reflexões e pesquisas sobre a Educação em interface com os estudos da Filosofia Africana e do imaginário africano, desenvolvidos em África e na Diáspora.

Confira aqui a programação completa das transmissões ao vivo do Anime.

Os encontros, além de contribuir com a reflexão sobre a política de cotas, especialmente a destinada a negros, que é a maior causadora de polêmicas, também abordarão quem são esses potenciais beneficiários de tais ações afirmativas, muitas vezes estudantes negros do ensino médio que desconhecem os seus direitos e que perdem a oportunidade de ingresso nas universidades”, ressalta Oliveira.

O professor e diretor de Ações Afirmativas acrescenta que, além de estudantes do ensino médio das escolas públicas, as transmissões ao vivo têm como público-alvo professores da Rede Básica,  pesquisadores da temática e integrantes de bancas de heteroidentificação.

“É importante alcançar os professores da Rede Básica. Esses profissionais são os principais influenciadores e podem contribuir para que os estudantes negros continuem sua trajetória nas universidades públicas” – Julvan Oliveira 

“É importante alcançar os professores e diretores da Rede Básica, pois são esses profissionais da educação os principais influenciadores que podem contribuir para que esses estudantes continuem sua trajetória em instituições de ensino superior públicas, gratuitas e de qualidade. Os encontros também contribuirão com reflexões teóricas para as pessoas que têm interesse em estudos e pesquisas na área, para a formação de quem deseja e atua nas comissões de heteroidentificação, compondo as bancas de verificação das autodeclarações raciais.”

Embora adotadas pela Índia na década de 1940 e pelos Estados Unidos nos anos de 1960, no Brasil a política de cotas nas instituições federais de ensino superior só foi implementada em 2012.

“Somente em 2012, mesmo diante da realidade de desigualdade econômico-social entre brancos e negros em nosso país. E, ainda é uma política que vem sendo atacada diuturnamente. Daí a importância desses encontros, pois ainda é um tema bastante atual, no momento em que se discute sobre ‘vidas negras importam’, pois as cotas são importantes políticas de inclusão na sociedade brasileira”, destaca Oliveira.

7  de julho: “As Bancas de Verificação das Autodeclarações”

Juarez Xavier é doutor em Ciências da Comunicação (USP) e professor da Unesp.

A primeira transmissão ao vivo acontece nesta terça-feira, dia 7, às 17h30, e terá como tema “As Bancas de Verificação das Autodeclarações”. O convidado é o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Tadeu de Paula Xavier. O pesquisador é jornalista, doutor e mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo (USP).  Xavier também preside a Comissão de Averiguação das Autodeclarações de pretos, pardos e indígenas da Unesp e coordena o Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão (Nupe).

14 de julho: “A Política de Cotas e a Interseccionalidade Gênero, Raça e Classe”

Renísia Filice é doutora em Educação e professora da Unb.

A segunda live acontece no dia 14, às 17h30, e terá como tema “A Política de Cotas e a Interseccionalidade Gênero, Raça e Classe”. A convidada é o professora da Universidade de Brasília (UnB), Renísia Cristina Garcia Filice. A pesquisadora é historiadora, mestra em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Filice também é coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da UnB e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero. Foi conselheira do Conselho Nacional para a Promoção de Políticas de Igualdade Racial e diretora acadêmica da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). 

21 de julho: “A Democratização da Educação Superior”

Georgina Nunes é doutora em Educação (UFRGS) e professora da UFPel.

O terceiro encontro remoto será realizado no dia 21 de julho, às 17h30, e  terá como tema “A Democratização da Educação Superior”. A convidada é a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Georgina Helena Lima Nunes. A pesquisadora é educadora física, mestra em Educação pela UFPel e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nunes também coordena o Observatório Interinstitucional em Ações Afirmativas, que reúne quatro instituições federais de ensino da Região Sul: UFPel, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e Universidade Federal do Pampa (UniPampa). 

28 de julho: “A Gestão Universitária e a Lei de Cotas”

Adilson Santos é doutor em Educação (UFMG) e pró-reitor adjunto de Graduação da UFOP.

A quarta live acontece no dia 28 de julho, às 17h30. O tema abordado será A Gestão Universitária e a Lei de Cotas” e o convidado o pedagogo e pró-reitor adjunto de Graduação da Universidade Federal de Ouro Preto, Adilson Pereira dos Santos. O pesquisador é mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Santos também integra  a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e preside o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Ouro Preto.  

31 de julho: “A Presença Negra nas Universidades Públicas”

Julvan Oliveira é o coordenador do Anime e diretor de Ações Afirmativas da UFJF (Foto: Alexandre Dornelas)

A quinta e última transmissão ao vivo dos encontros de formação será realizada no dia 31 de julho, às 17h30. A atividade terá como tema  “A Presença Negra nas Universidades Públicas” e será conduzida pelo professor da Faculdade de Educação, coordenador do Anime e diretor de Ações Afirmativas da UFJF, Julvan Moreira de Oliveira.  O pesquisador é graduação em Teologia e Filosofia,  mestre e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Oliveira também integra a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e é articulista da Rede Iberomericana de Investigación en Imaginarios y Representaciones. 

Outras informações:  julvan.moreira@ufjf.edu.br