O Laboratório de História Oral e Imagem (Labhoi/Afrikas) da Universidade Federal de Juiz de Fora  (UFJF) inicia nesta terça-feira, dia 30, o ciclo de debates “Juiz de Fora: Cidade Negra – reflexões sobre silêncio, racismo e história”.  A primeira sessão será realizada às 17h, no canal do Labhoi no YouTube, e terá como tema “Cidades Negras no Mundo Atlântico”. 

A doutoranda em História, Giovana Castro, enfatiza que Juiz de Fora criou sobre si uma mitologia de cidade moderna e industrial, cujas narrativas apagaram a presença negra neste processo (Foto: arquivo pessoal).

Na ocasião, também será lançado o “Centro de Referência Virtual Juiz de Fora: Cidade Negra”, no site da rede de pesquisa. O objetivo é reunir e conferir visibilidade ao conhecimento já existente acerca da memória negra no município,  além de produzir novos conteúdos sobre o tema, em especial entrevistas de história oral e registros audiovisuais.

O Labhoi/Afrikas tem coordenação da professora titular do Departamento de História da UFJF, Hebe Mattos, e da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História, Giovana Castro.

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“Cidades Negras no Mundo Atlântico”

Neste primeiro encontro do ciclo de debates, estão confirmadas as presenças da historiadora juiz-forana Rita de Cássia Félix; da professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Wlamyra Albuquerque; e da professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ynaê Lopes dos Santos

Rita de Cássia Félix é pioneira no estudo da história do negro em Juiz de Fora, autora de “O negro em Juiz de Fora: trabalho, sobrevivências e conquistas (1888-1930)”. Wlamyra Albuquerque é autora de “O Jogo da Dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil”, e Ynaê Lopes dos Santos publicou o livro “História da África e do Brasil Afrodescendente”. Na atividade, as professoras Giovana Castro e Hebe Mattos serão mediadora e debatedora, respectivamente. 

Segundo as coordenadoras do Labhoi/Afrikas, o ciclo de debates pretende fomentar a reflexão e a produção de conhecimento sobre as relações entre silêncio, racismo e memória da escravidão, associando experiência local com contextos globais.

A professora titular do Departamento de História, Hebe Mattos, explica que Centro de Referência propõe resgate da história negra no município (Foto: arquivo pessoal)

“Juiz de Fora, cuja origem remonta à vila do Morro de Santo Antônio da Boiada, teve seu crescimento e desenvolvimento atrelados à cultura cafeeira de base escravista, fonte do capital que lhe permitiu emergir  no século XIX como importante pólo industrial. A cidade, que desde sua gênese apresenta intensa concentração de população negra, construiu narrativas sobre si que não refletem essa presença, expressivas de um processo de invisibilização dessas trajetórias nas memórias públicas locais”, apontam as docentes. 

Nas sessões  do ciclo de debates “Juiz de Fora: Cidade Negra – reflexões sobre silêncio, racismo e história” estão previstos os seguintes temas: “Saúde e Racismo” (julho), “Movimentos Negros” (agosto), “Escravidão como Memória Sensível” (setembro), “Culturas e Sociabilidades Negras” (outubro), “Racismo e Religiosidades Negras” (novembro) e “Live Cultural e encerramento” (dezembro).

Os registros em vídeo dos encontros vão receber tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e  ficarão arquivados no acervo audiovisual do canal do Labhoi/UFJF, no YouTube. 

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