Com a missão de tornar-se um centro internacional de excelência em pesquisa, desenvolvimento, tecnologia e inovação em energia elétrica, foi criado em 2009 o Instituto Nacional de Energia Elétrica (Inerge), com sede na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).  Atualmente, o Inerge desenvolve 18 projetos com empresas do setor elétrico do país, envolvendo pesquisadores, alunos da graduação e pós-graduação das seis instituições nacionais integradas. O Instituto também se destina a relações de colaboração com universidades e entidades do exterior, por meio de especialização, intercâmbio e coorientação em programas de pesquisas.   

O Inerge surgiu a partir do fomento do CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Hoje, além da UFJF, fazem parte do instituto a Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Federal Fluminense; Universidade Federal de Itajubá; Universidade Federal de São João Del Rei; e a Universidade Federal do ABC de São Paulo. “Os projetos envolvem pesquisadores das instituições parceiras e recursos captados para compra de equipamentos bem como bolsas para os alunos, que neste caso representam 27 de iniciação científica, 32 de mestrado, 21 de doutorado e 2 de pós-doutorado”, explica o atual coordenador do Inerge, Edimar de Oliveira.

Parceria internacional 

O Inerge se apresenta como um importante facilitador para prospecção de novos projetos de pesquisa e desenvolvimento no cenário nacional e internacional. Agregando conhecimentos diversificados, contando com a composição de equipes integradas entre as instituições parceiras, constroem projetos de alta complexidade. Além da inserção por meio da pesquisa, o Instituto atua como polo para orientação de candidatos que queiram se especializar no exterior.

Ao aproximar o setor acadêmico do industrial, o Inerge reafirma o ideal de oportunizar novas tecnologias na área de energia elétrica. O instituto de ciência e tecnologia colabora com instituições de Portugal, Holanda, Espanha, França, Suécia, Alemanha, Rússia, África do Sul, China, Estados Unidos, Canadá, México, Itália e Inglaterra. 

INESC-TEC-Porto (Portugal); University of Western Ontario (Canadá); TUE-Eindhoven (Holanda); Universidad Oviedo (Espanha), Capes/COFECUB (Brasil/França), University of Uppsala (Suécia). Além da Princeton University (USA); University of Duisburg Essen (Alemanha); Tomsk Polytechnic University (Rússia);  University of Witwatersrand (África do Sul), Tsinghua University (China), são exemplos de algumas das instituições que colaboram com o Inerge”, exemplifica Oliveira.

Laboratórios compartilhados

Entre os objetivos do Inerge, desde a sua criação, esteve a consolidação dos programas de pós-graduação das instituições parceiras. Oliveira afirma que esse propósito está se cumprindo de forma satisfatória. A exemplo da ampliação da rede, ele cita o apoio para viabilizar o doutorado na UFSJ. Por meio do Inerge foram realizados dois estágios pós-doutorais no exterior para professores da universidade. Também foram implementadas melhorias na infraestrutura de cinco laboratórios da pós-graduação da federal da cidade de São João Del Rei. O docente destaca, ainda, a participação de outros membros do Inerge que atuaram como coorientadores na UFSJ, reforçando as colaborações integradas. 

Da mesma forma, o Inerge tem apoiado a consolidação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Telecomunicações da UFF, através de bolsas que foram alocadas no programa, que incentivaram a parceria e a coorientação com outras entidades parceiras. O Instituto concederá três bolsas de doutorado para reforçar a solicitação de criação do curso de doutorado na UFSJ, via Avaliação de Propostas de Cursos Novos (APCN) da Capes”, diz Oliveira.

No quesito de estrutura do Instituto, foi introduzido o conceito de laboratório de uso compartilhado, também chamado de laboratório supra-institucional. Este conceito tem como premissa viabilizar o compartilhamento da infraestrutura de pesquisa para a consecução de projetos de complexidade e multidisciplinaridade. 

“Isso significa que embora um determinado laboratório esteja fisicamente em uma das instituições, ele poderá ser usado por outros pesquisadores. A exemplo destes laboratórios na UFJF, temos: o Laboratório de Simulações Multiplataformas, também conhecido como RTDS (um simulador digital de tempo real de sistemas elétricos e seus transitórios eletromagnéticos, presente no laboratório); Laboratório de Prototipagem; Laboratório de Instrumentação e Telemetria e o xPLC, que é um centro de excelência em power line communication. Este uso compartilhado não só alavanca as pesquisas, como otimiza os recursos das instituições”, considera o coordenador do Inerge. 

Divulgando a ciência

Entre as iniciativas de ações do instituto está o estímulo às questões científicas e tecnológicas em escolas primárias, nesse sentido o Inerge realiza anualmente um workshop que contempla uma olimpíada de robôs envolvendo alunos do ensino médio e da graduação. Além disso, na UFSJ, o Inerge têm apoiado com recursos financeiro e técnico, o grupo CyRoS-UFSJ que tem preparado cursos de robótica educacional para crianças na faixa etária de 8 a 14 anos. “O grupo foi selecionado no Desafio Brasileiro de Aprendizagem Criativa, promovido pela Fundação Lemann e o MIT Media Lab, instituição norte americana. Outra ação neste sentido consiste na preparação de kits didáticos realizados pelos alunos da Universidade Federal de Itajubá (Unifei)”, conta Oliveira. 

Para fazer parte do Inerge é preciso realizar o processo de credenciamento de pesquisadores e grupos de pesquisas. As formas para se credenciar ao instituto ocorrem por meio do interesse do grupo de pesquisa. Neste caso o Comitê Gestor avaliará o projeto de inserção do grupo, observando as especificidades e o nível de inovação; também por interesse do Inerge, a parceria pode ocorrer por meio de convite ao grupo de pesquisa. Do mesmo modo, pode ser solicitado por interesse do pesquisador. O trâmite transcorre após a apresentação formal do interessado, contendo o projeto a ser executado juntamente com pesquisadores ou grupos de pesquisa do Instituto.

Outras informações:

(32) 2102-3485 – inerge@ufjf.com.br

Instituto Nacional de Energia Elétrica