A professora do Departamento de Ciências Humanas do Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Carolina Bezerra, ministra nesta terça-feira, 9, às 19h, a palestra virtual “Violência sexual e de gênero no ambiente acadêmico: uma questão de direitos humanos”. O evento faz parte do projeto “Extensão em tempos de isolamento: caminhos de saberes” da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e ocorre pelo Google Meet. A palestra é gratuita, aberta ao público e as inscrições podem ser feitas por meio do link. O participante recebe um novo link para a sala de conferência, após a inscrição.

Segundo Carolina, a violência contra mulher é um fenômeno mundial e vem se tornando cada vez mais um problema social de extrema relevância. Essa realidade, apesar de ser mais comum nos lares, também está presente nas universidades. Muitos relatos e estudos sobre o tema revelam reprodução de processos e ações violentas contra as vítimas, gerando diversas consequências no ambiente acadêmico. 

A professora relata que enquanto ocupou o cargo de diretora de Ações Afirmativas na UFJF, recebeu denúncias de assédio e violência sexual no ambiente acadêmico. Reuniões para debater o tema e a organização da Semana da Mulher levaram o tema a público. Frente às questões expostas, um grupo de professoras, técnicas-administrativas em educação e estudantes inconformadas com relatos criou o Coletivo Marielle Franco que se tornou um projeto de extensão. 

Para Carolina, a discussão é de fundamental importância para entendermos as desigualdades de gênero que existem em vários âmbitos da sociedade brasileira. As normatividades do que se espera do papel cultural e social de homens e mulheres no espaço acadêmico acabam tendo impacto no ensino, na pesquisa e na extensão. “A importância está em, no momento de pandemia que vivemos, de tantas desigualdades, problematizar essas questões pensando na perspectiva dos direitos humanos.”

A pesquisadora defende a busca por diferentes estratégias dentro da Universidade: de formação dos docentes, de disciplinas sobre essa temática e de outras formas de punição. “Não em uma ótica punitivista, do indivíduo assediador, mas em uma perspectiva educativa, que vai pensar outra formação, uma desconstrução desses lugares de masculinidades violentas. Do ponto de vista institucional, é necessário que a Universidade pense nesses caminhos, que são a via educacional e a via comunicacional, com campanhas, com trabalhos de prevenção, com esclarecimento, e coma criação de protocolos para se pensar em como lidar e encaminhar essas questões.”