Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) apontam que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no país por automedicação. Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a emergência de se disseminar o uso racional de medicamentos (URM) quando há administração adequada de fármacos, considerando as necessidades clínicas e individuais de cada paciente.

No Brasil, a data de 5 de maio celebra o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos por meio de campanhas, para além de promover a conscientização e as boas práticas, alertar para os riscos que podem ser causados à saúde pela automedicação e pela ingestão inadequada de fármacos. A Faculdade de Farmácia e a Farmácia Universitária da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) elaboraram uma carta a respeito da importância da data.

A medicalização inadequada pode causar reações adversas à saúde da população, impactando, ainda, no crescimento de índices de intoxicação, dependência e iatrogenia (estado de saúde com efeitos adversos ou agravamentos resultantes do tratamento médico). Também gera consequências que podem comprometer o abastecimento das farmácias. 

“O mote da campanha de todos os anos é conscientizar a população que o uso de medicamentos traz benefícios, mas também muitos riscos para a saúde se não for bem orientado. Um dos slogans do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos diz que antes de tomar qualquer medicamento deve-se consultar um médico ou farmacêutico para se informar”, explica o diretor e professor da Faculdade de Farmácia da UFJF, Marcelo Silvério. 

Na perspectiva de mudanças impostas pela pandemia do novo coronavírus, a busca desenfreada por tratamentos pode causar o uso abusivo de medicamentos na tentativa de prevenir ou intervir de alguma forma na doença. Silvério enfatiza a importância do papel dos profissionais da saúde na mediação e na orientação do uso adequado de medicamentos, sobretudo no contexto atual.

“Em tempos de ocorrência de uma doença grave, como é a Covid-19, o uso de medicamentos que não são efetivos e não são altamente seguros é um grande fator de risco para a piora da saúde do paciente. É muito importante que as pessoas se esclareçam e busquem profissionais de saúde, especialmente farmacêuticos e médicos, quanto à eficácia e à segurança de medicamentos a serem usados. É extremamente perigoso o uso não orientado de medicamentos, sem indicação correta”, complementa. 

Outras informações: Faculdade de Farmácia  – (32) 2102-3803