A coordenadora-geral Débora e os diretores Maurício e Mariana, em frente à sede do DCE (Foto: Gustavo Tempone)

O semestre letivo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) terá início em 2 de março, mas os integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) já estão nos preparativos para receber os mais de 2.300 novos graduandos que chegarão aos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. 

A coordenadora-geral do DCE e aluna do 8° período do Curso de Pedagogia, Débora da Silva Paulino, 23 anos, explica os caminhos para calouros e veteranos interessados em contribuir com o movimento estudantil na Universidade. “Primeiramente, é importante procurar o diretório [DA] ou o centro acadêmico [CA] do seu curso e começar a se organizar a partir dele. Temos vários espaços na Universidade. Um deles é o Conselho de CAs e DAs, que é o Concada, que acontece uma vez por mês. O Concada é aberto a todos, não só aos representantes dos centros e diretórios.  Uma pauta que defendemos no DCE é a de ser uma gestão com diálogo com os estudantes, que tenha de fato participação.”

Débora acrescenta que o Diretório Central dos Estudantes também mantém ativas contas nas redes sociais, com o objetivo de informar alunas e alunos. “Através das redes sociais ou com os coordenadores e os diretores, sempre mantemos e procuramos contato com os estudantes, de modo que possam ajudar a construir a gestão. E também para que possam trazer demandas, questões mais internas dos seus cursos, possíveis problemas acadêmicos. A participação dos estudantes é muito importante.” 

 Histórico do movimento estudantil

Débora: “Percebi que nós podemos ser ouvidas, mas, quando estamos organizadas, somos mais escutadas de fato” (Foto: Gustavo Tempone)

Em conversa com o Portal da UFJF, tanto a coordenadora-geral Débora Paulino quanto os diretores de Esportes e Movimento Estudantil do DCE, Mariana Alves e Maurício Costa Júnior, respectivamente, destacaram a relevância do histórico de conquistas da União Nacional dos Estudantes (UNE). Os alunos também contaram sobre o ingresso na militância estudantil e os impactos em suas trajetórias.

“É importante destacar certos feitos conquistados pela UNE, como, por exemplo, o direito do estudante da Universidade participar das consultas públicas para as reitorias. Nós vivemos este processo todo recentemente aqui, na UFJF, e vemos que na atual conjuntura este direito está sendo questionado. Fora isso, existem outras conquistas, como os restaurantes universitários (RUs). Só aqui, na UFJF, o RU alimenta mais de 8.300 mil pessoas por dia. As conquistas de assistência estudantil também são fruto do movimento”, enfatiza Maurício, que é aluno do 5° período do curso de Química.    

A avaliação é compartilhada por Mariana, estudante do 1° período do Curso de Turismo. “Temos que mostrar o quão importante é o movimento estudantil pelo fato de podermos nos posicionar como estudantes dentro de uma Universidade pública e de qualidade e quanto estamos tendo que lutar para poder mantê-la do jeito que os estudantes precisam realmente. A UNE tem feito muito isso. As uniões estaduais também trabalham em conjunto com a UNE e com os DCEs, diretórios e centros acadêmicos. Precisamos nos posicionar e cobrar os nossos direitos.”

Débora acrescenta que o movimento estudantil também atua em parceria com as organizações de trabalhadoras e trabalhadores.  “Quando falamos sobre as nossas conquistas, por exemplo, do enfrentamento à ditadura militar, da campanha do petróleo, da defesa da educação, nós temos enfrentado momentos difíceis de ataque. O movimento estudantil vem pautando e fazendo defesas, da organização dos trabalhadores e dos estudantes por meio das entidades. A importância do movimento estudantil é muito nesse sentido: defender sempre a luta que a sociedade faz, que os trabalhadores e estudantes fazem, além da organização mesmo, para promover as transformações sociais nas quais acreditamos.”  

Trajetórias de engajamento

Débora, Mariana e Maurício também contaram ao Portal da UFJF um pouco acerca de suas trajetórias nos movimentos sociais. Os três destacaram as influências das famílias e dos grêmios estudantis nos seus processos de engajamento político. 

Confira abaixo e na íntegra as respostas dos estudantes:   

Portal da UFJF – Conte-nos sobre a sua trajetória nos movimentos sociais.

“A minha trajetória começou mesmo na participação junto à minha família, nas eleições presidenciais de 2014. Vendo a minha família se posicionar, eu comecei a ter uma noção política, a me inserir” – Débora

Débora da Silva Paulino, 23 anos – A minha trajetória começou mesmo na participação junto à minha família, nas eleições presidenciais de 2014. Vendo a minha família se posicionar, eu comecei a ter uma noção política, a me inserir. Naquela época, eu estava ainda na escola, no 2° ano do ensino médio. Ali eu já criei uma certa consciência dos acontecimentos políticos, do que estava acontecendo no país. Logo após concluir o ensino médio, eu ingressei aqui, na UFJF, no curso de Pedagogia. Eu tive contato com o Diretório Acadêmico (DA), depois eu fui para a gestão do DA.  Foi através do Diretório Acadêmico do curso de Pedagogia que eu comecei a me organizar. Depois, eu conheci o movimento social do qual faço parte hoje, o Levante Popular da Juventude, o qual integro desde 2018. Comecei a me organizar por uma questão de identificação com o movimento, ao compreender a importância de estar organizada. Percebi que nós podemos ser ouvidas, mas, quando estamos organizadas, somos mais escutadas de fato. Entendendo isso, eu comecei a chamar também outras pessoas para participar, conhecer. Ano passado, iniciei a atuação no DCE. Também atuo até hoje no DA da Pedagogia.

Mariana: “Desde o ano passado, comecei a me envolver, especialmente nesta área relacionada ao esporte dentro da Universidade” (Foto: Gustavo Tempone)

Mariana Alves, 20 anos – Eu iniciei a militância por causa da minha família. Sempre tive muito contato com a política. A minha família por parte de mãe é muito ligada a essa questão. Quando eu estava no ensino médio, eu não tive contato com movimento estudantil, com o grêmio. Não chegava lá. Então, eu tinha muito contato por causa da minha família. Quando eu entrei na Universidade em 2017, para o Bacharelado em Ciências Humanas, eu comecei a procurar o movimento estudantil, conhecer mais as forças que existiam aqui, na Universidade. Depois de um tempo, eu entrei para a gestão do Centro Acadêmico (CA) do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, conheci a União da Juventude Socialista (UJS). Foi quando entrei para a militância de verdade. Através do CA, eu acabei conhecendo o DCE. Desde o ano passado, comecei a me envolver, especialmente nesta área relacionada ao esporte dentro da Universidade. Para mim, essa é uma pauta muito importante.    

Maurício: “Estar organizado e participar do movimento estudantil me fez crescer em vários aspectos” (Foto: Gustavo Tempone)

Maurício de Souza Costa Júnior, 19 anos – A minha trajetória começou um pouco tímida. Eu vim de Petrópolis (RJ) e por um tempo eu estudei numa escola pública. Foi lá que começou a minha participação no movimento estudantil, através do grêmio do meu colégio. Eu fui vendo a mobilização dos estudantes, pautando certos direitos dos estudantes que estavam sendo ameaçados naquela época. Começou dessa forma tímida mesmo, a minha participação ainda não era organizada em algum movimento social, como é hoje. Quando eu entrei na Universidade em 2018, eu comecei a participar do Diretório Acadêmico (DA) de Química. Historicamente, o meu curso não é engajado nos movimentos das lutas dos estudantes. Fica um pouco distante, normalmente cursos de Exatas ficam um pouco distantes dessas pautas. Sempre foi um desejo meu que o meu curso fizesse parte disso. Então, através da entidade de base, que é o DA, começamos a construir toda essa luta no Departamento. Nessa época, foi quando me organizei no Levante da Juventude. Atualmente, faço parte dessa gestão do DA da Química. Para além disso, estar organizado e participar do movimento estudantil me fez crescer em vários aspectos. Eu me organizei e aprendi a me dedicar mais a tarefas em outras esferas da minha vida. Passei a sentir mais vontade de estar na Universidade, de estar aqui e defender a UFJF, defender até a cadeira na qual hoje eu estou me sentando. 

A sede do Diretório Central dos Estudantes da UFJF fica no campus de Juiz de Fora próxima ao Complexo Administrativo e à Pró-Reitoria de Infra-Estrutura.

Outras informações: (32) 2102-37-58 – Diretório Central dos Estudantes da UFJF

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