A Especialização em ‘Relações de Gênero e Sexualidades: perspectivas interdisciplinares’ teve número recorde de inscritos: 148 candidatos disputam 30 vagas. O processo seletivo para a segunda turma do curso –  ofertado pela Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) – ocorre este mês. As aulas terão início em março de 2020.

Conforme levantamento realizado pela coordenação do curso, há uma considerável diversidade nos perfis dos concorrentes. No que se refere à formação, são 22 áreas distintas. Além disso, os 148 candidatos informaram 31 atividades profissionais diferentes. A lista é liderada por professores e psicólogos. 

“Muitas pessoas querem se apropriar de um certo conhecimento, para entender essas questões. Sobre as diversas  profissões dos inscritos, nós apostamos nisso. É um curso interdisciplinar. A nossa ideia inicial, que deu origem ao curso, é exatamente essa: que os alunos e alunas possam discutir gênero e sexualidades a partir de várias perspectivas”, destaca professor da Faced e coordenador da Especialização, Anderson Ferrari.  

Ferrari afirma que o corpo docente também é diverso, visando ao enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem. “Tem professores do Direito, do Serviço Social, da Psicologia, do Colégio de Aplicação João XXIII, da Letras, da Educação. Isso também atrai estudantes dessas diferentes áreas. Isso enriquece os processos em sala de aula. Os debates acabam trazendo as suas realidades e mostrando como o gênero e a sexualidade são organizadores sociais e atingem as diferentes áreas do conhecimento de fato”, avalia.          

Demanda por conhecimento

Ferrari salienta, sobretudo, o reconhecimento da Universidade como instituição formadora.  “Muitos inscritos afirmam que não tiveram essa discussão na formação inicial, na graduação, e que, quando foram para o mercado de trabalho, perceberam a necessidade dessa discussão. Portanto, fazer a Especialização significa voltar à Universidade para buscar suprir um certo déficit nessa formação inicial. Isso aponta, também, um reconhecimento da Universidade como área de formação”.

Segundo o professor, outras motivações apontadas pelos candidatos são questões pessoais e familiares.“Um grupo considerável afirma que está buscando a Especialização por uma motivação pessoal, para vivência das questões de gênero e sexualidades no seu cotidiano. Portanto, por uma necessidade de conhecer, de saber, o que se passa na organização das relações de gênero e sexualidades, para se entender. Não só pessoal, como relações familiares: ‘eu tenho uma filha que se descobriu lésbica e sofre na escola. Eu estou aqui para saber mais’. Um outro grupo bem considerável dizendo, também, de uma busca pelas discussões por uma questão do contexto atual. A temática de gênero e sexualidades está na pauta do dia ”, avalia Ferrari.

Grupo de Estudos em Relações de Gênero e Sexualidade

A Especialização em Relações de Gênero e Sexualidade: perspectivas interdisciplinares’ surgiu a partir de diálogos estabelecidos no Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (Gesed), que debate o tema há nove anos na UFJF. 

No processo seletivo para o curso, os candidatos passam por três avaliações: conferência de documentação referente à trajetória acadêmica, prova escrita englobando bibliografia indicada em edital e entrevista.  Neste semestre, a prova escrita acontecerá nesta segunda-feira, dia 9, das 19h às 21h, na Faculdade de Educação. Já as entrevistas estão programadas para o dia 13 de dezembro. 

O resultado final da seleção será divulgado em 20 de dezembro.

Outras informações: Site do curso de especialização em relações de gênero e sexualidades ou esp.generosexualidade.ufjf@gmail.com