A discussão foi conduzida pelos alunos Mariana da Silva e Edvaldo Pereira (Foto: Alexandre Dornelas)

Na última quinta-feira, 21, a Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da UFJF (UFJF) sediou o segundo dia do minicurso “Racismo Estrutural e o Caráter Combativo do Rap Nacional” como parte da programação da 2ª Semana da Consciência Negra da UFJF. Conduzida pelos alunos Mariana da Silva, do curso de Letras, e Edvaldo Lopes Pereira, da Administração, a discussão teve o objetivo de descentralizar alguns assuntos no âmbito acadêmico ─ como o gênero musical rap ─ através de um debate coletivo e aberto à comunidade. 

No segundo dia, foram retomadas algumas questões da primeira parte, como racismo estrutural e suas consequências; genocídio; afrofuturismo; e a construção de identidade do povo negro. Os alunos exibiram clipes do artista Djonga e propuseram análises de trechos das músicas como objeto de estudo e uma arma de enfrentamento contra uma realidade racista.  

Pereira explica que o rap tem conquistado um espaço cada vez maior em Juiz de Fora. Por ser um gênero de questionamento e enfrentamento, em períodos de crítica e resistência, tende a ganhar mais visibilidade. “Aqui na cidade, além de outros MCs, um destaque é o RT Malone, por exemplo. Existe muita gente produzindo coisa boa.” A dupla acredita na importância de trazer temáticas como esta, normalmente marginalizados e ausentes de debates acadêmicos. “É importante ver como estes assuntos foram apropriados durante muito tempo, e agora temos pessoas negras discutindo sobre isso; pessoas negras discutindo o que negros estão fazendo. Isso gera um impacto na vida delas.”

Para Mariana, as ações da Semana da Consciência Negra contribuem para uma maior visibilidade e promoção de ideais. “Semanas como esta ajudam muito na divulgação do trabalho de algumas pessoas, dando força para alguns coletivos, como o coletivo Descolônia, do Instituto de Artes e Design. A abertura de espaço para a comunidade também é importante, uma vez que não são só estudantes que podem submeter seus trabalhos. É preciso que nos firmemos como estudantes negros, dando voz a essas pessoas, oferecendo visibilidade a elas.” 

A  2ª Semana da Consciência Negra da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) segue até o dia 29. Confira a programação completa