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Orquídeas vieram de Petrópolis (RJ); esta espécie é a Leptotes bicolor (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Elas estão entre as plantas mais admiradas e colecionadas no mundo. Nesta semana, mais de 150 delas chegaram ao Jardim Botânico da UFJF vindas de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Delicadas, esguias, variadas – estamos falando de orquídeas. 

O Jardim recebeu uma doação de vasos de um orquidário em processo de desativação. Em breve, um exposição será aberta ao público. Conforme o diretor do Jardim, Gustavo Soldati, estes são os primeiros passos para a abertura de um orquidário.

As plantas serão registradas, cuidadas e organizadas para então serem expostas. Na última terça, 15, uma equipe da Pró-reitoria de Infraestrutura da UFJF já estava no local para instalar, no orquidário, um sombrite, que é uma tela escura usada para amenizar os efeitos da luz solar nas plantas. 

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Plantas serão cuidadas e catalogadas para então serem expostas em breve no orquidário do Jardim (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Ao todo, foram doadas mais de 50 espécies diferentes, todas nativas do Brasil. A maioria é da Floresta Atlântica, com algumas oriundas da Amazônia e do Cerrado, segundo o professor do Departamento de Botânica da UFJF, Luiz Menini, especialista em orquídeas. 

Entre os exemplares, estão a Maxillaria ochroleuca, que chama atenção pelo perfume adocicado, e a Leptotes bicolor, encontrada na Argentina, no Brasil e principalmente no Brasil. Ambas são  espécies da Floresta Atlântica, o que faz com que suas distribuições sejam mais restritas. 

A prioridade para a coleção do Jardim, conforme Soldati, “são orquídeas nativas da Mata Atlântica, que se relacionem com a flora local, sejam importantes para a conservação e de procedência fitossanitária”.

Orquídeas

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Espécie Maxillaria ochroleuca é conhecida pelo perfume adocicado (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

Quando encontradas livremente na natureza, as orquídeas predominantemente utilizam troncos, galhos de árvores e arbustos para fixação, sem alterar o metabolismo da outra planta. Por isso, não são consideradas parasitas. São como inquilinas. Seus nutrientes são retirados do próprio meio, seja de material decomposto na superfície da árvore onde está instalada, de umidade e de outros elementos.

Essa relação entre as plantas é conhecida como epifitismo, termo que vem do grego epí (sobre) e phyto (planta). O epifitismo é muito comum em florestas tropicais, como a Floresta Atlântica – o domínio fitogeográfico do Jardim Botânico.  Já estão catalogadas cerca de 35 mil espécies de orquídeas no mundo.