O pesquisador Marcone de Oliveira divertiu alunos da E. E. Coronel Manuel Carneiro das Neves (Foto: Maria Otávia Rezende)

Repetir a mesma rotina todos os dias pode se tornar algo maçante. Poucas vezes, porém, paramos para refletir sobre as coisas ao nosso redor – muitas das quais fazemos uso corriqueiramente – e que estão repletas de ciência. Ainda bem que, para o professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcone de Oliveira, encontrar a Química em nossas ações cotidianas é mais fácil do que se imagina. Com o objetivo de incentivar o pensamento crítico, o pesquisador conversou com os estudantes do ensino médio da Escola Estadual Coronel Manuel Carneiro das Neves na última sexta-feira, 13.

Desmitificar a Química
Cálculos estequiométricos, elementos radioativos e alimentos transgênicos. Muitas vezes, quando pensamos nas aplicações da química, o conhecimento que temos pode nos guiar para uma noção não tão amigável assim sobre a área. Um dos objetivos da conversa foi justamente desmistificar esse conceito e refletir, junto aos estudantes, a maneira com que a química é aplicada na sociedade e como isso reflete em nossas vidas cotidianas. “Será que toda química é ruim ou será que, muitas vezes, a química é utilizada de maneira inadequada?”, questionou Marcone a seus ouvintes.

O pesquisador quis ouvir a opinião dos próprios alunos a respeito da aplicação química em suas vidas cotidianas. “Na verdade, isso aqui não é uma palestra, é um bate-papo”, explicou o pesquisador. “A química não é apenas fazer cálculos estequiométricos, realizar equações químicas ou decorar a tabela periódica. Eu quero saber de vocês: onde vocês acham que está a química no seu dia a dia?”

É a primeira visita do projeto “A ciência que fazemos” à E. E. Coronel Manuel Carneiro das Neves (Foto: Maria Otávia Rezende)

Construindo um futuro melhor
“A química está em tudo”. Essa foi a resposta de uma das estudantes que participou da conversa guiada por Marcone, Ruth Campos. Para a aluna, a química pode ser encontrada até mesmo nas reações micro-orgânicas realizadas pelo corpo humano. O pesquisador fazia questão de ouvir atentamente a reflexão particular de cada aluno e, a partir de reflexões como as de Ruth, a conversa entre Marcone e os alunos ganhava cada vez mais fluidez, divergindo para variados assuntos.

Abordando desde a origem do universo e o surgimento da vida, até as novas possibilidades de biocombustíveis e inovações científicas, como a impressora 3D, pouco a pouco, o diálogo foi implementado e os alunos podiam pensar e debater sobre a química ao redor. Cada pergunta instigada por Marcone era seguida de uma resposta assertiva de um dos estudantes e o acerto de um fazia toda a turma vibrar em comemoração.

Ao final do bate-papo, o aluno Brian Barroso compartilhou sua opinião. “Os questionamentos feitos geraram mais curiosidade. Eu gostei bastante, fez com que percebêssemos que a química está, de fato, em todas as partes, até nas coisas mais simples”. Foi a primeira visita do projeto à escola e a estudante Nayara Silva contou do interesse em participar do bate-papo com demais pesquisadores. “Eu gostei do projeto. Adoro ouvir coisas novas e estar por dentro do que acontece. É uma coisa que as pessoas precisam para entender melhor os processos científicos, e eu gostaria de ver mais vezes.”

Essa aproximação entre os pesquisadores da UFJF e os alunos da educação de base é uma iniciativa criada pela Coordenação de Divulgação Científica, através do projeto A Ciência que Fazemos. Clique para conhecer o projeto e saber como levá-lo para sua escola.