A pesquisadora Letícia Perani orientou a transformação dos desenhos dos estudantes em personagens de videogame (Foto: Alexandre Dornelas)

A professora do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal, Letícia Perani, lançou um desafio aos estudantes do 9º ano da Escola Estadual Clorindo Burnier: conceber um personagem principal de um game idealizado por eles. E então, a partir da descrição ou do desenho dos alunos, os participantes do grupo de pesquisa Concept Art, coordenado pela pesquisadora, desenhariam a versão final. Na última sexta-feira, 13, Letícia voltou a escola com o resultado.

A estudante Yasmin de Oliveira emocionou-se ao receber o resultado final (Foto: Alissa Andrade)

Os alunos se surpreenderam com os desenhos que carregam traços inconfundíveis do mundo dos games. Para uma das alunas, Yasmin de Oliveira, receber a ilustração significava muito, já que o desenho que entregou para a professora meses atrás já estava em sua imaginação há muito tempo. “Eu criei essa personagem quando tinha cinco anos de idade e eu nunca imaginei que um dia eu pudesse torná-la real. Receber o desenho foi uma grande emoção”, conta. 

Quando viu o resultado, Yasmin não conteve as lágrimas e recebeu abraços dos amigos que já conheciam a história que originou o desenho. “Ela foi uma criança que sofreu muito e se tornou uma ninja após descobrir a história dela e dos pais. Eu não tenho a história completa porque criei muito nova e não tive incentivo. Ainda assim, continuei desenhando e mantive guardada. Agora vou conseguir terminar”, afirma. Além do desenho, a aluna teve outra surpresa quando Letícia contou que o aluno que o realizou está desenvolvendo um jogo e, com a permissão de Yasmin, incluirá a ninja como uma das personagens. 

“A arte e a cultura unem as pessoas. Uniu vocês do Clorindo com o pessoal do IAD. Vocês não se conhecem, mas mostraram um pouquinho de imaginação e criatividade para eles, que mostraram um pouquinho da deles para vocês também”, Letícia Perani definiu durante a conversa para os estudantes.

Novo desafio
Letícia também propôs o desafio para os alunos do 2º ano da mesma escola. Assim que souberam que o assunto era game, começaram as perguntas sobre as preferências da pesquisadora e a discordância entre os colegas sobre qual era o melhor jogo atual. A professora explicou que, além da diversão, existe pesquisa no desenvolvimento de todos os jogos citados. Durante a conversa, ela apresentou os três elementos que constroem os games: narrativa, mecânica e estética. 

Iniciativa é parte do projeto “A ciência que fazemos” (Foto: Alexandre Dornelas)

Anna Letícia Ferreira, aluna do 3º período do Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design da UFJF e participante do grupo Concept Art, explicou um pouco do processo de criação de personagens para os estudantes. “Primeiro, pensamos o que será e para quem será. A partir daí, iniciamos a pesquisa de referências para desenvolver a história antes mesmo da arte”, informou.

O projeto
O encontro entre os cientistas e a comunidade é uma iniciativa do projeto “A ciência que fazemos”, criado pela Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF. Um dos objetivos da iniciativa é justamente possibilitar a aproximação entre os cientistas e os estudantes da formação de base, levando para dentro das escolas uma fração dos estudos desenvolvidos na Universidade, para mostrar aos alunos que a ciência está mais próxima do que imaginam.

Outras informações:
Conheça o projeto “A ciência que fazemos” – e saiba como levá-lo para sua escola