O Conselho Superior (Consu) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reuniu-se nesta sexta-feira, dia 9, e definiu questões importantes relacionadas ao projeto Future-se, do Governo Federal.

Informes e relatos

O reitor Marcus David iniciou a sessão com a informação sobre a eleição na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Em seguida,  falou sobre a notícia de que o Governo acaba de nomear um reitor, terceiro da lista tríplice enviada pela Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha, escolhendo, assim, um representante que defende as políticas do atual Governo Federal. Fez, então, um relato da discussão da Andifes sobre o projeto “Future-se”, do Governo Federal.

David também informou que o Ministério da Educação (MEC) havia pedido manifestação das universidades  sobre o projeto e que a UFJF enviou uma carta em resposta ao secretário da Secretaria de Educação Superior (Sesu). A manifestação foi feita em nome da Administração Superior. Na sequência, deu-se a leitura da carta para os conselheiros.

O reitor informou de sua participação, juntamente com o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) Eduardo Condé, em uma conversa sobre o Future-se, a convite do Diretório Central dos Estudantes (DCE), e relatou também as informações vindas da Frente Parlamentar em Defesa da Educação na Câmara dos Deputados.

A professora  e presidente da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), Marina Barbosa Pinto, fez o relato sobre o que foi decidido em assembleia sobre a paralisação da próxima terça-feira, dia 13, e lamentou que o Governo tenha anunciado a autorização do uso da Força Nacional, o que representa o risco de violência, como já verificado anteriormente em Brasília.

A seguir foi aberto para debate, no qual a professora Marise Mendes relatou o posicionamento da Congregação da Faculdade de Comunicação (Facom). Na sequência, deu-se a fala do discente Diego Armando Maradona Oliveira, representante dos estudantes no Conselho Superior sobre a mobilização dos estudantes para o próximo dia 13.

A diretora do Colégio de Aplicação João XXIII, Eliete do Carmo Verbena, disse que reuniu a congregação e relatou que o sentimento do colégio é contra o projeto Future-se e pede uma posição firme do Conselho Superior.

A seguir, o diretor da Faculdade de Engenharia defendeu o seminário para esclarecimentos técnicos nas Unidades Acadêmicas, para que todos tenham segurança nos encaminhamentos.

A diretora da Faculdade de Direito, Aline Araújo Passos, disse que ainda não foi feito debate na unidade que representa, o que ocorrerá na próxima semana, e relatou preocupação do uso da imagem.

O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), Flávio Sereno, relatou o debate sobre o tema e a nota divulgada pelo sindicato sobre o projeto Future-se. Sereno criticou a questão sobre aderir ou não, considerando o tema uma falácia por parte do Governo e que o projeto agride a Educação. O coordenador narrou os debates que aconteceram nos últimos dias, promovidos pelas entidades. 

Em seguida, pronunciou-se o professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc), Elcemir Paço Cunha, informando que ainda não foi debatido o assunto na referida unidade, e ressaltou a importância do seminário, partindo de pontos importantes a fim de que não se perca os princípios da universidade pública. O professor também mencionou a importância de análise do cenário como um todo, para que o projeto possa ser debatido, mas também com proposição.

A professora Marina Pinto, da Apes, apresentou algumas colocações feitas em assembleias e conversas sobre o projeto Future-se e condenou a questão da consulta pública proposta pelo projeto do Governo, considerando importante que a comunidade saiba que a universidade,  de outra forma, já atua dentro dos eixos propostos, e defendeu que haja estratégias diante de um governo estrategista.

A seguir, a diretora da Faculdade de Serviço Social, professora Alexandra Aparecida Eiras, relatou que foi encaminhado para a comunidade da unidade acadêmica a proposta de debate sobre o Future-se e que vários professores estão participando das discussões. Alexandra defendeu incondicionalmente os princípios das universidades.

A pró-reitora de Graduação, Maria Carmem, relatou que o tema foi debatido no Conselho de Graduação (Congrad) e que foi apresentado na reunião o que havia sido debatido no Consu, além de ressaltar que o Colégio de Graduação da Andifes também debateu sobre o assunto. A pró-reitora relatou que o Conselho não chegou a um posicionamento e que o Congrad vai se reunir em Brasília, na Andifes.

Na sequência, o pró-reitor Adjunto de Graduação, professor Cassiano Amorim, reforçou que as pessoas precisam de tempo para estudar a proposta e disse haver uma pressa na ação de um discurso contra a ação publicitária do Governo. Defendeu que seja feita uma ação junto à comunidade para esclarecimento sobre o projeto e, para tanto, fez sugestões sobre o seminário e manifestou preocupação com relação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Logo após falou o diretor de Imagem Institucional, professor Márcio Guerra, que destacou a reunião do Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais (Cogecom) que acontecerá em Maceió (AL). Guerra explicou a preocupação que se teve para a formação de uma reunião que articulasse como os Institutos Federais de Ensino Superior (Ifes), por meio de suas assessorias, e como vão reagir ao que está sendo proposto.

O professor e pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Condé, explicou sua preocupação em trabalhar dois eixos do projeto Future-se que precisam ser bem articulados a fim de que as pessoas saibam o que a Universidade deve trazer ao debate. Condé manifestou sua preocupação com o orçamento de 2020 e com o desgaste com o qual o Governo está buscando prejudicar a imagem das universidades.

A seguir, deu-se a fala do professor e diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Lyderson Facio Viccini, que reforçou a necessidade de informação sobre o tema. Além disso, manifestou preocupação em relação ao posicionamento de outras instituições e sobre como orientar os docentes que estão procurando informações sobre como se comportar diante da proposta do Governo de consulta pública.

O servidor Rogério da Silva, membro do Sintufjf, manifestou preocupação com a forma pela qual o Governo tem agido em todas as suas ações, definidas por Silva como “uma forma ditatorial”. O servidor criticou as pessoas que estão defendendo o projeto Future-se, que sinaliza o risco de privatização por parte do Governo, e propôs um convite à deputada federal Margarida Salomão (PT-MG), que preside a frente de defesa das universidades públicas, para uma fala na UFJF.

A seguir, o professor e diretor da Faculdade de Educação (Faced), Álvaro Quelhas, defendeu que não se deve temer a luta, mas sim, temer não lutar e conclamou a todos e todas que não desanimem. Quelhas mencionou o comportamento do Governo que questiona dados reais, o que sinaliza não haver dúvida para a comunidade universitária de que o projeto representa, segundo o diretor, a destruição da educação pública.

A seguir foi feito pronunciamento do servidor Heronides Filho, que defendeu que não seja possível aprovar um projeto que exclui os Técnico-administrativos em Educação (TAEs). O servidor mencionou também que o Governo está investindo em propaganda para defender o projeto e que é preciso definir como vai ser construída uma estratégia e sobre como agir.

A servidora Pâmela Emanuelle Julião falou também sobre a importância da defesa da Universidade diante do projeto. O servidor Pedro Henrique Cuco destacou o investimento que atualmente existe nas universidades públicas e privadas.

A seguir, deu-se a fala do pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Freitas, que defendeu o fortalecimento interno e que sejam estimulados os servidores e discentes nas assembleias e nas unidades acadêmicas. Freitas defendeu que as pessoas conheçam internamente o projeto para poderem se posicionar.

Encerradas as falas, o reitor Marcus David propôs a discussão do encaminhamento, e sugeriu que a Secretaria Geral formasse comissões para que os encaminhamentos fossem tomados. O reitor propôs que, no final de agosto, na reunião ordinária do Conselho Superior, seja deliberada um posicionamento sobre o projeto Future-se.

Dessa forma, decidiu-se que serão promovidos alguns eventos para esclarecimentos dentro da Universidade a fim de ampliar a circulação de informação. Numa próxima reunião o conselho pretende definir posicionamento sobre o tema.