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Pegada da onça em trilha apontada pelo colar com GPS como sendo utilizada pelo animal na nova área florestal (Foto: Jardim Botânico UFJF)

A equipe de monitoramento da onça-pintada que apareceu em Juiz de Fora divulgou informações sobre a movimentação do animal na área florestal para onde  foi translocada em Minas Gerais.

Conhecida por ter explorado imediações da Mata do Krambeck, como os bairros Parque das Torres e Industrial, na Zona Norte, a onça-pintada atualmente está se movimentando na nova e mais ampla área verde.

Em uma semana, distanciou-se cerca de dez quilômetros do local de soltura, voltando a pontos intermediários ou mesmo circulando próximo à área de partida.

“Ele ainda está verificando o local, conhecendo o novo território, seus odores, até escolher onde se estabelecer. Acompanhamos os movimentos dele”, explica o professor Artur Andriolo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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Pegadas na nova área: equipe em campo também monitora os passos da onça conforme professor (Foto: Jardim Botânico UFJF)

A equipe que atua na área de reintrodução do animal divulgou fotos de pegadas em uma trilha, apontada pelo monitoramento do colar com GPS, usado pelo felino, como um de seus trajetos.

“O pessoal em campo segue os passos dela diariamente”, informa o professor Fernando Azevedo, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Os dois pesquisadores atuaram diretamente na captura e na translocação do felino.

O colar foi colocado no animal quando foi capturado, em uma armadilha de caixa de ferro, na noite de 12 de maio, no Jardim Botânico da UFJF. O aparelho é leve, apropriado para onças e equipado com transmissor de sinais via satélite.

Os dados podem ser repassados diariamente, caso o animal esteja em área sem obstáculos de transmissão, ou serem enviados à medida que há disponibilidade de sinal. O colar deve ficar em seu pescoço por cerca de um ano, quando ele se abrirá automaticamente por meio do dispositivo chamado “drop off”.

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Onça usa colar leve, apropriado para a espécie e equipado com GPS; imagem da reintrodução no dia 13 de maio (Foto: Pedro Nobre/UFJF)

Raro e ameaçado de extinção, o felino está na nova região desde o dia 13 de maio, quando foi solto pela equipe técnica responsável pela captura. A translocação ocorreu devido a riscos de atropelamento e de incidentes com moradores.

A medida ocorreu também para possibilitar a reprodução da espécie, uma vez que há três fêmeas no novo local, e menos de 280 exemplares de onça-pintada na Mata Atlântica – bioma que cobre desde a região Sul à Nordeste do país. Ainda não há informações sobre possível encontro entre os felinos e acasalamento. “A nova área pode possibilitar uma realização mais plena para a vida da onça”, diz Andriolo.

O nome do local para onde o animal foi levado não foi divulgado a pedido do gestor da área florestal, para evitar interesse de caça ilegal, mobilização contrária à introdução de um predador de topo de cadeia alimentar e para que os trabalhos de conscientização local possam ser realizados a tempo. 

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Animal está em fase de conhecimento do novo território, identificando os odores e percorrendo a área (Foto: Pedro Nobre/UFJF, 13.05.19)

O trabalho de captura ocorreu por meio da integração entre nove instituições públicas. São elas: Campo de Instrução do Exército em Juiz de Fora, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Estadual de Florestas (IEF/Cetas), Polícia Militar de Meio Ambiente, Prefeitura de Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Saiba mais sobre o episódio da onça em Juiz de Fora.

Veja fotos e vídeos no perfil do Jardim Botânico no Instagram, no Facebook e no Flickr.

Reabertura Jardim

“As principais decisões do Jardim Botânico são, também, discutidas no Conselho Comunitário, que abarca representantes da sociedade”, explica o diretor do JB, Gustavo Soldati (Foto: UFJF)

Lago principal do Jardim, que será reaberto nesta quarta, 5 (Foto: Jardim Botânico UFJF)

A UFJF reabrirá o Jardim Botânico às 8h desta quarta, 5 – Dia Mundial do Meio Ambiente. O local funcionará de terça a sexta e domingo, das 8h às 17h, com última entrada de visitantes até 16h. O acesso é gratuito.

O local tem capacidade de receber, por vez, cem visitantes. Não há limite diário de entrada. O Jardim também voltará a atender, de segunda a sexta, duas turmas escolares com até 50 alunos e professores.

Colégios que tiveram visitas canceladas, no período de fechamento, estão sendo contatados para agendarem nova data do passeio. Não há, por enquanto, vagas para mais escolas. De acordo com o reposicionamento das datas, novas oportunidades poderão ser abertas no segundo semestre.

O Jardim dispõe de trilha; roteiros de visitação; dois lagos com decks; galerias de arte e laboratório Casa Sustentável – que tem cômodos construídos com materiais, técnicas e conforto diferentes.  Imerso em meio à Mata do Krambeck, o Jardim possui cerca de 500 espécies vegetais, entre plantas nativas, populações raras ou em extinção, como o pau-brasil e o ipê roxo. A fauna local inclui jacus, tatus, pacas, serpentes e diversas espécies de aves.

Para conforto e segurança dos visitantes, é recomendados o uso de calça, sapato apropriado para caminhada, repelente, protetor solar e outros itens de proteção individual. Veja mais orientações de segurança.

Localizado na Rua Coronel Almeida Novais, s/n, ao lado de uma igreja batista, no Bairro Santa Terezinha, o Jardim é atendido por duas linhas de ônibus que param próximo à entrada: 111 e 112 – Santa Terezinha/Mundo Novo. Não há estacionamento no Jardim, e todo o trajeto interno é realizado a pé.

Saiba mais sobre a reabertura.

Outras informações: ufjf.br/jardimbotanico