No encontro, Júlian Sanchez falará das últimas descobertas em torno das tumbas dos membros da nobreza, a cosmologia e a religiosidade no Egito Antigo (Foto: Divulgação)

A aura de mistério e encanto do Egito e seus faraós, desvendada pelo testemunho de quem trabalha há mais de 15 anos em escavações nesse território, é o que o espectador encontrará na palestra do arqueólogo argentino Júlian Sanchez, nesta sexta-feira, 31, às 19h, no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora. Com o tema “Missões arqueológicas sul-americanas na terra dos faraós”, o pesquisador compartilhará um panorama do trabalho realizado em Luxor, e de seu novo projeto em Kom Dara, Asiut.

No encontro, Sanchez falará das últimas descobertas em torno das tumbas dos membros da nobreza, incluindo a Necrópole Tebana, e as relações entre o culto funerário, a cosmologia e a religiosidade no Egito Antigo.   

Relatos sobre as mudanças de percepção durante o trabalho de campo e o contato com aspectos culturais egípcios, as trocas de conhecimento com pesquisadores estrangeiros e as surpresas encontradas em escavações também serão compartilhados. “Nunca sabemos o que vamos enfrentar em cada busca. Investigamos em cavernas e locais ainda não explorados e estamos sujeitos a sentimentos de adrenalina a todo instante. É um trabalho que mistura muitas emoções”, comenta o palestrante.

Outro aspecto que Sanchez abordará é a importância da implementação de pesquisas entre países em desenvolvimento. “Somos uma novidade: países periféricos como Argentina e Brasil pesquisando outros países periféricos”. De acordo com o arqueólogo, essa relação abre um novo caminho para a produção científica sob a perspectiva de terceiro mundo, e não apenas de países ricos. “Temos muito o que abordar nesse encontro”, complementa.

Currículo

Doutor em Arqueologia pelo Museu Nacional (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Julián Alejo Sanchez iniciou seus trabalhos de pesquisa no Egito em 2002. Pesquisou o uso do espaço mortuário na Necrópole Tebana e participou e coordenou escavações em Luxor Oeste: na Missão Argentina na Tumba de Neferhotep TT49 (Universidade de Buenos Aires) e no Projeto Amenemhat TT123 do Brazilian Archaeological Program in Egypt (BAPE), primeira missão brasileira no Egito.

Atualmente é presidente do Instituto Sul-americano de Arqueologia e Preservação do Egito e Sudão (Isapes) – que tem o objetivo de promover e dar visibilidade às pesquisas com enfoque na Arqueologia, Antropologia e História de países africanos através do desenvolvimento de projetos, oficinas e grupos de estudo em torno dessas temáticas. É também coordenador geral do Kom Dara Project em Asiut, no Egito.

Outras informações: (32) 3229-9070 – Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm)