Pátio ficou lotado para conversar com o pesquisador (Foto: Alexandre Dornelas)

Um desejo comum da vida adulta é voltar no tempo e trocar as responsabilidades por diversões da infância. E se for possível ter um pouco dos dois? Será que uma coisa tão simples quanto brinquedos infantis pode ser uma fonte de aprendizado científico? Para responder tais perguntas, o professor Paulo Menezes, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), conversou com os alunos da Escola Estadual Duarte de Abreu. Lá, além da sua área de pesquisa, o professor também compartilhou experiências de sua infância e contou como começou seu interesse por brincadeiras que, no fundo, guardam em si um teor científico.

Menezes contou que, inicialmente, escola parecia um castigo para ele, pois impedia que passasse todo seu tempo brincando. Porém, ele descobriu na física uma nova diversão quando passou a se dedicar a acertar os desafios que o professor da matéria propunha como dever de casa. Foi quando Mezenes decidiu que queria ser professor. O pesquisador reforçou para os estudantes que, com esforço, “qualquer um pode ser cientista”.

Paulo Menezes contou como, ainda criança, acabou se interessando pela ciência (Foto: Alexandre Dornelas)

“Estudar é coisa séria”
Foi com o projeto “Brinca Ciência”, promovido  pelo Centro de Ciências da UFJF, em parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora, que Menezes conseguiu juntar duas paixões antigas: jogos e ciência. A iniciativa possibilita a criação de brinquedos confeccionados nas escolas da cidade, feitos a partir de protótipos desenvolvidos na universidade com materiais comuns, baseando-se em princípios físicos. O resultado são discos flutuantes, motores elétricos e foguetes, por exemplo. O professor alertou que, independentemente do tema, “estudar é coisa séria”.

Menezes levou exemplares do que é desenvolvido pelo projeto e distribuiu entre os estudantes que se juntavam em rodinhas para vê-los. Por último, o pesquisador mostrou como funcionava o foguete para os alunos na quadra da escola e deixou que os mesmos tentassem lançar o objeto. “Achei super interessante e diferente, minha parte favorita foi ver o foguete lançado”, disse a aluna Gabriela Alves, depois de sua vez na brincadeira. 

Menezes se despediu deixando de presente para a escola dois exemplares de seu livro publicado sobre o tema “Ensino de Ciências com Brinquedos Científicos” e convidando os alunos para conhecer as pesquisas realizadas na instituição. A professora Wânia Lima destacou a importância de levar projetos como “A ciência que fazemos” para as escolas. “Através desses encontros, queremos despertar o interesse dos alunos.” A julgar pelo interesse dos estudantes mesmo após o término da conversa, o objetivo foi alcançado.