Encontro, aberto ao público, foi promovido pelo Departamento de Ciência da Religião (Foto: Gustavo Tempone)

Aprofundar o debate sobre os caminhos coletivos de construção de uma oposição democrática e discutir possíveis articulações contra a tentativa de desmonte das universidades públicas do país, foi o foco central da aula pública “Conjuntura Política do Brasil e Estratégias Coletivas”, ministrada pelo professor e deputado federal, Alessandro Molon (PSB). O evento aconteceu Anfiteatro 1 do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na noite desta quinta-feira, 23.

O encontro, promovido pelo Departamento de Ciência da Religião da UFJF, foi aberto ao público e buscou consolidar espaços para a realização do debate em torno da atual conjuntura brasileira. Antes da palestra, foi promovida uma roda de conversa na praça do ICH entre estudantes, professores e comunidade externa, para decidir quais os próximos temas a serem debatidos.

A mesa de abertura, da primeira de uma série de discussões que serão organizadas futuramente, foi composta pelo diretor do ICH, Robert Daibert Júnior; e pelos professores do Departamento de Ciência da Religião, Jimmy Sudário Cabral e Edson Fernando de Almeida.

Um olhar para o Brasil

Na ocasião, Molon analisou a conjuntura a partir de um olhar para o Brasil e comentou sobre avanços, retrocessos e desafios que o país enfrenta atualmente. Para ele, que é líder da oposição na Câmara dos Deputados, é preciso a união e o diálogo entre as forças progressistas para a diminuição das desigualdades. “A gente quer mais democracia e nunca menos. A herança da escravidão deixou para nós um país desigual e racista e precisamos lutar contra isso. Mas como? Falando do futuro que queremos. É fundamental não apenas resistir aos grandes retrocessos, mas construir juntos os avanços”. De acordo com o deputado, “é preciso apresentar alternativas que apontem para a proteção de quem mais precisa”.

Molon comentou a respeito da reforma da previdência; do marco civil da internet; do decreto de armas; e das ameaças de cortes sofridas recentemente pelas universidades federais. Segundo ele, a pauta em defesa do ensino público une os brasileiros. “A educação é um caminho para a sociedade. A arte, a cultura, a ciência e a tecnologia questionam e fazem pensar, por isso são tão temidas”. Em sua avaliação, “não se aumenta a produtividade e o desenvolvimento do país sem o investimento em educação, ciência e tecnologia”.

Para Molon, a oportunidade de discutir esses temas em um ambiente acadêmico é fundamental porque, em sua visão, as universidades são os lugares para se pensar sobre o Brasil. “Aqui a gente está formando os profissionais que vão ajudar a construir um país melhor e, portanto, é primordial aproveitar esse espaço para refletir sobre os desafios econômicos, sociais, científicos e tecnológicos que estamos enfrentando”. Molon finalizou sua fala afirmando que por meio do diálogo e da democracia é possível construir uma outra realidade. “Estamos vivendo momentos difíceis, mas esses dias vão passar e é preciso que a gente tenha capacidade de olhar para o horizonte além das nuvens carregadas. Porque sempre há um céu azul nos esperando”.

Outras informações: Departamento de Ciência da Religião