Arthur Ituassu, da PUC-Rio e a professora da UFSJ, Luciene Tofoli (Foto: Alexandre Dornelas)

De que maneira a imprensa e as mídias interferiram e tiveram suas funções alteradas durante as últimas eleições? Foi o questionamento norteador da mesa-redonda “O papel da imprensa na disputa eleitoral de 2018 e os embates com o novo governo frente a novas estratégias de comunicação”, ocorrida na manhã desta quinta-feira, 28, no auditório da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As discussões fazem parte do I Simpósio Nacional de Comunicação, Política, Eleições e Campanha Permanente, o qual começou na última quarta-feira, 28.

A conversa sobre a corrida e as estratégias eleitorais teve como expositores o professor Marco Roxo, da Universidade Federal Fluminense (UFF); e o professor Arthur Ituassu, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). As discussões foram mediadas pela professora Luciene Tofoli, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Cada palestrante teve seu momento de fala e, em seguida, ficaram disponíveis a perguntas dos ouvintes.

O docente da PUC-Rio, Artur Ituassu, apresentou sua pesquisa, a qual está em andamento, sobre possíveis impactos da comunicação política digital em eleições da América Latina após 2016. A utilização de robôs e de propagandas pela internet foram dois dos elementos analisados pelo pesquisador. “Nossa perspectiva é de refletir sobre a comunicação política repensando as tradições dessas estratégias. Muitas vezes a gente fica muito focado na política, e não percebe que isso não reflete totalmente a comunicação desse contexto. Há muitas pesquisas apontando sobre como determinados atores políticos usam as redes sociais, mas não estudam como essas redes interferem no indivíduo”, aponta.

Já o pesquisador Marco Roxo traçou paralelos entre práticas midiáticas do campo da política e da área esportiva, assunto focado em seus trabalhos atuais. “Uma das questões que me instigaram a falar sobre a política foi a prática jornalística do comentário. E essa questão é interessante pois é o que permite que o jornalista se expresse sobre algum assunto em que ele não é, necessariamente, especialista. Chamam atenção as formas como debates e depoimentos de políticos replicam em diversos tipos de programas e ganha, na internet, um alcance muito grande, e numa linguagem parecida com a discussão esportiva esportiva, que busca uma certa ‘escandalização’ da política”, ressalta o docente.

O Evento

Promovido por meio de uma parceria entre o Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFJF e o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação da Universidade Paulista (PPGCOM/Unip), o Simpósio traz, em sua primeira edição, a temática “Mídia, Eleições 2018 e Governabilidade: estratégias eleitorais e campanha permanente”.

O evento concentra docentes de instituições de ensino de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Iniciado na noite dessa quarta-feira, 27, o Simpósio ainda tem programação prevista para o restante desta quinta-feira, 28, com apresentações de trabalho durante a tarde e a mesa “Comunicação Pública, Governança (ou Governabilidade) e Campanha Permanente” fechando as discussões às 19h, no Auditório da Facom.

Confira a programação completa do I Simpósio Nacional de Comunicação, Política, Eleições e Campanha Permanente.

Outras informações: Programa de Pós-graduação em Comunicação – (32) 2102-3616