1º Encontro de Negras e Negros da UFJF no anfiteatro das pró-reitorias (Foto: Gustavo Tempone)

Com o objetivo de ser uma roda de conversa entre estudantes, docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o 1º Encontro de Negras e Negros da UFJF aconteceu no anfiteatro das pró-reitorias na noite da última segunda-feira, dia 19, durante a abertura da Semana da Consciência Negra.

A solenidade de abertura contou com a presença da vice-reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva; do diretor de Ações afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira; da Ouvidora Especializada, Cristina Simões Bezerra; e da representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Juiz de Fora (Sintufejuf), Maria Angela Ferreira Costa.

Na ocasião a vice-reitora  sinalizou o compromisso da Universidade com o enfrentamento das desigualdades e com a educação. Para Girlene, a Semana da Consciência Negra deve ter como principal objetivo a reflexão. “A Universidade tem que ser um espaço de reconhecimento do lugar do outro. E nossa instituição é muito comprometida com políticas efetivas e mecanismos de mudanças e resistências. Eu agradeço cada gesto, cada carinho e cada etapa de elaboração e contribuição para que essa semana acontecesse. É daqui que a gente começa a pensar em uma mudança na sociedade.”

O evento – uma iniciativa da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), do Coletivo Negro Resistência Viva e do Coletivo Descolônia – busca o diálogo e o acolhimento entre alunos negros da Universidade. Como explica a estudante de Ciências Sociais e representante do Coletivo Negro Resistência Viva, Milena Regina, a ideia é ser o primeiro de uma série de encontros que acontecerão durante todo o ano letivo. “A gente acredita que esse espaço é importante para acolher os estudantes negros da Universidade e também para promover uma união e um vínculo maior entre todos os departamentos e os setores acadêmicos.”

Para Milene, mais do que garantir o acesso ao ensino superior, é preciso pensar também na permanência desses alunos. “É papel da Universidade inserir os alunos negros da melhor forma possível, não apenas implementando sistemas de cotas, mas acolhendo, ajudando e acompanhando suas trajetórias”. Neste sentido, o 1º Encontro de Negras e Negros da UFJF reuniu alunos, professores e TAEs para uma conversa sobre questões relativas às suas vivências no ambiente acadêmico.

A mesa foi composta pela estudante de Ciências Sociais e integrante do Coletivo Negro Resistência Viva, Vanessa Lopes; pelo estudante do Instituto de Artes e Design (IAD) e representante do Coletivo Descolônia, Lucas Caetano; e pela bibliotecária da UFJF e representante do Fórum da Diversidade, Eliane Silva. A ideia foi dar visibilidade às pautas do movimento e democratizar o espaço de fala dedicado aos negros e negras da UFJF.

Como explica Lucas Caetano, “a gente utiliza o mês de novembro, que é uma data estratégica em que as pessoas estão mais sensibilizadas com essas demandas, para conseguir se estruturar e se organizar enquanto coletividade”. Para ele, os eventos organizados durante o mês e as campanhas de visibilidade são essenciais para que haja representatividade. “É muito importante se ver representado, ainda mais no nosso caso em que o campus é aberto à comunidade. Um aluno de escola pública que passar por aqui e ver os banners com as nossas fotos vai enxergar a Universidade como um lugar possível e pode almejar novos horizontes.”

O evento contou ainda com a apresentação do Batuquedelas, que reúne mulheres com instrumentos de percussão de diferentes contextos culturais em uma mesma batucada. A prática musical, que acontece de modo lúdico e dinâmico, deu ritmo ao evento e, ao som de muitas palmas, fechou o primeiro dia da Semana da Consciência Negra.  

Assista ao vídeo da apresentação do Batuquedelas

A Semana

O Diretor de Ações afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira, ressaltou que durante o processo de organização da Semana da Consciência Negra surgiu a ideia de lançar um edital para que as comunidades acadêmica e externa apresentassem propostas. No total, até  o próximo dia 30, acontecerão 28 atividades, divididas entre os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. “Será um momento de aprendizado, pois todas as atividades são muito enriquecedoras. Não tínhamos ideia que receberíamos tantas propostas e foi muito bom perceber as pessoas da UFJF pesquisando e trabalhando com essa temática. Acho que esses dias serão de muitos  avanços e possibilidades de crescimento.”

A programação possui temáticas variadas como saúde, mercado de trabalho e direitos humanos. O intuito do evento é reafirmar a importância da universidade pública e reforçar a luta do movimento negro e da população negra por igualdade de direitos.

Confira a programação completa da Semana da Consciência Negra

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