Com o objetivo de instigar reflexões sobre os acontecimentos de 1968 para pensar o atual cenário da comunicação, foi aberto o XVI Encontro Regional de Comunicação (Erecom) nesta segunda-feira, 15, no anfiteatro da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O encontro segue durante todo o dia e ainda tem programação prevista para terça e quarta-feira, dias 16 e 17.
Contando com representantes da direção da Facom e da reitoria da UFJF, a mesa de abertura destacou a importância do Erecom como espaço de reflexões em torno da comunicação. “O ano de 1968 teve acontecimentos muito importante e nos faz pensar sobre o cenário que temos atualmente. Então a gente espera que o evento tenha discussões muito produtivas e históricas para entender melhor esse momento que estamos vivendo”, destacou a diretora da Faculdade de Comunicação, Marise Mendes.
Também foram destacadas, na mesa de abertura, as conquistas da Facom nos últimos anos, como a inauguração do novo prédio da Faculdade e o anúncio do doutorado em comunicação que será implantado nos próximos períodos.
Mesa redonda “1968: na Imprensa e na História”
A história e a comunicação deram o tom da primeira discussão realizada pelo Erecom. A mesa redonda foi composta pela professora de comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marialva Barbosa; o professor de História da UFJF, Fernando Perlatto; e a jornalista e professora de comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernanda Sanglard.
“Esse evento é importante por pensar 1968 como um contexto interdisciplinar, na medida em que as áreas padecem de uma especialização. Então tratar desse assunto no Erecom é algo que me dá uma alegria enorme”, avaliou o historiador e sociólogo Fernando Perlatto, que destacou a importância de se pensar os acontecimentos do período tratado pelo evento de maneira plural e não se deixando levar pelo eurocentrismo.
Doutora em história, Marialva destacou estratégias comunicacionais de meios da imprensa brasileira durante a ditadura de 1964 e levantou questões sobre o comportamento atual da sociedade. “Analisando as estratégias narrativas no período do AI-5 e toda a atmosfera que precedeu aquele momento, quando foram destacados os valores extremistas do conservadorismo, me pus a pensar: como é possível parte da população que, com nostalgia, após 50 anos, quer a volta dos militares? É exatamente contra esse esquecimento comandado que devemos atuar, contando de forma completa e complexa as narrativas de quem viveu aqueles anos cruéis. Como vivenciadores daquele passado, é nossa obrigação tornar essas memórias eternas.”
A pesquisadora Fernanda Sanglard analisou as abordagens de dois jornais para rememorar o período de 1968. “O ano de 2018 é um marco de intensa rememoração, após 50 anos dos movimentos da França e do AI-5 no Brasil. E, nessas relações de lembrar e esquecer, o que destaco como mais importante é justamente pensar a comunicação feita na época.”
Programação do encontro
O XVI Encontro Regional de Comunicação, que ocorre concomitantemente com o I Ciclo de Estudos do PPGCom, conta com apresentações de trabalhos e mostras artísticas. A programação completa está disponível no link.
Para outras informações, acesse a página do evento no Facebook.