“Há muitas diferenças entre as culturas brasileira e dinamarquesa e isso é visível no comportamento e na mentalidade das pessoas dos dois países, mas é muito interessante conhecer. Fiquei maravilhada com a experiência de ver tudo o que o Centro de Ciências têm para nos mostrar”, revela a estudante dinamarquesa Aimee Annika Hansen, de 20 anos. Juntamente com dois professores e outros 37 alunos do ensino médio do Colégio Mariagerfjord Gymnasium, ela foi recebida pela equipe do Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para uma visita guiada na manhã desta terça, 27.
Com os olhos fixos nas vitrines do Museu de Malacologia, Aimee comenta que a oportunidade de conhecer o espaço renderá boas histórias para contar em casa, inclusive para estimular que amigos e familiares procurem viver a mesma experiência. “É muito comum, entre os dinamarqueses viajar para países da própria Europa e da América do Norte, mas são poucos os que vêm à América do Sul. Por isso é muito importante conhecermos esses espaços e levarmos de volta informações sobre lugares que algumas pessoas nunca conhecerão”, relata.
Atuando como uma das anfitriãs da visita dos dinamarqueses, a estudante do Colégio de Aplicação João XXIII, Maria Fernanda Guimarães, de 17 anos, destaca que a troca cultural, embora rápida, é intensa e enriquecedora. “Viver essa experiência vai além do desejo de aprimorar o inglês. Envolve também a vontade de conhecer novas culturas e se interessar por elas. Eu amo o Brasil, mas é imprescindível saber o que está acontecendo nos outros países. Eu acabo praticando outra língua, mas absorvo também a organização deles, a forma como interagem entre si e com outras pessoas e sua maneira de pensar.”, diz.
Novas perspectivas sobre o mundo
Na avaliação de um dos coordenadores da comissão que está recebendo os 38 estudantes da Dinamarca, o professor Marco Aurélio de Souza Mendes, a percepção dos próprios alunos do João XIII demonstra o cumprimento dos objetivos da iniciativa. “São vários aspectos que beneficiam os nossos alunos. O primeiro e mais óbvio, embora não seja o principal, é referente à questão linguística, uma vez que eles percebem a importância de dominar o inglês, a língua de interação internacional. Nós falamos português e eles falam dinamarquês, então o inglês é o ponto em comum”, afirma. “Porém, o principal benefício é a ampliação de horizontes e a abertura para outras ideias, proporcionadas pela convivência com uma cultura diferente e com esse modo de pensar e agir diferente”.
Projeção científica internacional
Para o diretor do Centro de Ciências da UFJF, Elói Teixeira, a visita de estrangeiros vai de encontro à ideia de mostrar a estrutura do campus e do país. “Às vezes, temos uma visão equivocada do Brasil, algo que é complementamente diferente da realidade e do que pessoas de outras nações pensam. Esse tipo de oportunidade ajuda a quebrar esse estigma e promove uma troca cultural, até mesmo entre os estudantes da graduação que atuam como mediadores de visitas”, enfatiza.
Parceria
A vinda dos intercambistas dinamarqueses acontece por meio do Programa de Intercâmbio Internacional (PII-João), da Diretoria de Relações Internacionais da UFJF, em parceria firmada entre a Universidade e o Colégio Mariagerfjord Gymnasium, da cidade de Hobro. Eles participam, por duas semanas, de atividades educacionais no João XXIII, e estão hospedados nas casas de famílias dos 15 estudantes que, no ano passado, fizeram o caminho inverso e passaram pela mesma experiência, na Dinamarca. Segundo Almeida Júnior, o acompanhamento desses estudantes é um processo de preparação.
“Essa troca começou em 2014, quando eles nos procuraram para firmar esse acordo. A primeira turma foi enviada em 2015, a segunda em 2016 e a terceira irá agora, em 2018”. Segundo a direção do Colégio, 25 estudantes do Ensino Médio farão o intercâmbio, sendo dez deles com recebimento de bolsa, ficando na Dinamarca por 11 dias.
Outras informações
(32) 3229-7602 (Colégio de Aplicação João XXIII – UFJF)