Uma dissertação de mestrado desenvolvida na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) revela que o exercício muscular inspiratório pode ser uma alternativa não farmacológica para o tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares em idosos. Os resultados foram obtidos pela mestranda Joice Gomide Nolasco de Assis, do Programa de Pós-Graduação em Educação Física.
Segundo o professor orientador da pesquisa, Daniel Godoy Martinez, este tipo de exercício é de fácil execução: “é realizado por aparelho colocado na boca, que impõe uma resistência na inspiração fortalecendo os músculos inspiratórios. O indivíduo deve ficar sentado, colocar um clipe nasal e respirar pelo aparelho colocado na boca por determinado tempo.” O estudo foi desenvolvido na Unidade de Investigação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício, do Hospital Universitário da UFJF.
Segundo a pesquisadora, foram avaliados 16 voluntários, homens, idosos, sedentários e sem diagnóstico de doença cardiovascular ou pulmonar. “De forma randomizada, os voluntários participaram de duas sessões experimentais: EMI compostos de oito séries de dois minutos, com um minuto de repouso entre as séries e com 40% da pressão inspiratória máxima, e outra sessão Sham, realizada da mesma forma, porém sem carga.”
A acadêmica explicou, ainda, que foram avaliados continuamente pressão arterial; volume sistólico, débito cardíaco, resistência vascular periférica total, fluxo sanguíneo muscular e frequência cardíaca. Nos exames também foi calculada a resistência vascular do antebraço. “A função barorreflexa espontânea foi avaliada pelo método sequencial (domínio do tempo). Todas as variáveis foram mensuradas durante e após as sessões, por 60 minutos. Foi registrada a pressão arterial de 24 horas após as sessões”, complementa Joice.
De acordo com a mestranda, “durante ambas as sessões experimentais, foram verificadas elevação da frequência cardíaca, diminuição do volume sistólico, aumento pressórico não sustentado, manutenção do débito cardíaco, resistência vascular do antebraço e resistência vascular periférica total.” Já nos 60 minutos de recuperação após os testes, destacou Joice, “foram verificadas a diminuição da frequência cardíaca e a manutenção do volume sistólico, redução do fluxo sanguíneo muscular, aumento pressórico e de resistência vascular do antebraço e resistência vascular periférica total. Após a sessão EMI, foi observada a manutenção do débito cardíaco e, após a sessão Sham, diminuição do débito cardíaco. Os índices da função barorreflexa mantiveram-se com os valores iniciais. Os valores médios de pressão arterial sistólica e diastólica de 24 horas após ambas as sessões experimentais foram similares.”
O orientador Daniel Godoy Martinez, reitera que, com o estudo, é possível “mostrar que o exercício muscular inspiratório pode e deve ser realizado pelos idosos, pois não foi prejudicial ao sistema cardiovascular nessa população. Assim, este exercício se caracteriza como uma possibilidade de ferramenta não farmacológica a ser utilizada para tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares em idosos.”
Contatos:
Joice Gomide Nolasco de Assis (Mestranda)
joice.assis@gmail.com
Prof. Dr. Daniel Godoy Martinez (Orientador – UFJF)
danielgmartinez@yahoo.com.br
Banca examinadora:
Prof. Dr. Daniel Godoy Martinez (UFJF)
Prof. Dr. Mateus Camaroti Laterza (UFJF)
Profª. Drª. Lilian Pinto da Silva (UFJF)
Profª. Drª. Gabriela Alves Trevizani (UNIPAC)
Outras informações: (32) 2102-3291 – Programa de Pós-Graduação em Educação Física