Durante esta semana, Juiz de Fora tem sido palco do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga. O evento, organizado pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), está com uma programação diversificada e com apresentações de concertos, oficinas e palestras. Entre as atividades, está inclusa a oficina de Prática de Orquestra Infantil.
Dirigida pelo professor José Ademar Rocha, a proposta dos ensaios em grupo é dar os primeiros passos na preparação dos alunos para ingressar em uma orquestra. Com a busca por um repertório adequado para atender às necessidades técnicas dos estudantes, a atividade é uma maneira de atender a prática de leitura musical, sem perder a excelência musical.
De acordo com José Ademar, a atividade está sendo retomada aos poucos e tem alcançado a participação de pessoas de diferentes níveis técnicos, além dos familiares e amigos dos alunos. “Nós envolvemos os pais, precisamos dar estímulo para que eles permaneçam conosco. É muita responsabilidade; um momento em que os jovens encontram amigos e nós precisamos focar em despertar o interesse deles para que permaneçam conosco”.
O professor destaca que o estudo da música e a participação de jovens em iniciativas como esta é uma maneira de desenvolver um lado intelectual que, por vezes, fica adormecido. “A música é boa para a alma, é boa para tudo. A pessoa que vive a música desenvolve habilidades que são comprovadas cientificamente. Quando você está tocando, não está apenas tocando; são várias atividades.ao mesmo tempo. Além das atividades, a gente precisa pensar o tempo todo na sonoridade, na matemática, na altura do som. É uma série de ações ao mesmo tempo”.
Escolha valorizada
Jean tem 15 anos e toca violino desde os 4. O estudante afirma que teve uma forte influência familiar, considerando que sua mãe está envolvida com o mundo musical e que sua tia é professora do instrumento. “A primeira vez que toquei nesse festival eu tinha 4 anos. Minha tia dava aula de violino, comecei a gostar e quis dar sequência nessa carreira. Fiquei um tempo afastado, mas agora resolvi voltar”.
“Fico muito feliz, pois o caminho da música é muito interessante. É uma escolha valorizada – principalmente o violino – por ser um instrumento erudito. Neste caso, a gente vê o menino de periferia tocando um instrumento tão culto. Quando a oportunidade surgiu pra ele, eu quis muito que ele a aproveitasse”, aponta a violonista Raquel de Souza Pereira, mãe de Jean.
Raquel comenta que as aulas de violino mudaram a vida de seu filho e que ela se empenha para que ele se aprimore e possa voltar ao Festival no próximo ano, para continuar se apresentando. “Não é apenas apresentar no Festival e parar por aqui. Seria muito interessante se todas as mães do mundo tivessem a oportunidade de colocar o filho para tocar música”.
Outras informações: (32) 2102-3911 (Pró-Reitoria de Cultura)
(32) 3215-3951 (Centro Cultural Pró-Música)