Clinton Fialho defendeu a dissertação “Sonhos Elétricos: Uma análise da construção do imaginário do computador pessoal no cinema americano do início dos anos 80”, no dia 21 de fevereiro na UFJF (foto: Jade Uchoas/UFJF)
Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), da Universidade Federal de Juiz de Fora, investigou como o cinema norte-americano, voltado para a cultura de massa, refletiu a chegada do computador pessoal no mercado, no início dos anos de 1980. Em seu estudo, o mestrando Clinton Davisson Fialho analisou a forma como os primeiros computadores pessoais eram representados pela indústria cinematográfica, dentro do contexto da época, tendo como principal objeto de análise o filme “Amores Eletrônicos”, lançado em 1984.
De acordo com o mestrando, o computador pessoal era representado com base na imagem que o cinema e a literatura tinham do que seria esta ferramenta da tecnologia. No entanto, esses pré-conceitos pouco tinham a ver com o que realmente o computador pessoal fazia. “Na época, nos anos 80, não éramos íntimos de máquinas. Dificilmente hoje, por exemplo, alguém vai pensar que a Siri, que é um programa interativo do Iphone, tem algum sentimento ou emoção de verdade. Mas, na época, havia quase um consenso no imaginário popular que o computador tinha consciência e sentimentos”, ressalta o acadêmico.
O mestrando explica que, quando não conhecemos um elemento, buscamos referências anteriores para poder concebê-lo e, assim, tentar torná-lo familiar ao público. “Do mesmo modo que isso aconteceu com o computador pessoal, também aconteceu com negros, latinos, asiáticos, ou seja, apresentar um versão confortável para o público daquilo que se quer mostrar, acaba sendo mais importante em Hollywood que mostrar uma versão realista e justa.”
Clinton, acrescenta, ainda que, nos últimos anos, a cultura de massa passou a questionar, de forma mais efetiva, o preconceito presente no conteúdo narrativo do cinema hollywoodiano. “Temos um Homem-Aranha negro e latino nos quadrinhos. Protagonistas femininas nos filmes de Star Wars e muitos questionamentos sobre a desconstrução de mitos e os preconceitos que os mesmos carregam. Acredito que este estudo ajuda a entender melhor como um pré-conceito e a construção de estereótipos funcionam de maneira mais prática e direta.”
Contatos:
Clinton Davisson Fialho (mestrando)
fafia7@gmail.com
Prof. Dr. Carlos Pernisa Júnior (orientador – UFJF)
carlos.pernisa@ufjf.edu.br
Banca examinadora:
Carlos Pernisa Júnior (orientador – UFJF)
Christina Musse (UFJF)
Erick Felinto (UERJ)
Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM)