doutorado ciência da religião

Elio Roberto Pinto Santiago Filho analisou como a manifestação pentecostal se relaciona com a cultura brasileira (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

“Estudar o pentecostalismo no Brasil é um empreendimento muito estimulante por ser um campo muito dinâmico e a manifestação religiosa que mais cresce em número de adeptos de acordo com os dados censitários.” A afirmação do acadêmico Elio Roberto Pinto Santiago Filho, expressa um dos resultados da sua pesquisa de doutorado desenvolvida na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).  A tese “Pentecostalismo e cultura brasileira: para uma interpretação do pentecostalismo brasileiro a partir da sua relação com a cultura”,  foi apresentada no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião (PPCIR), no dia 21 de fevereiro.

O estudo investigou como a manifestação pentecostal no Brasil se relaciona com a cultura desde sua chegada, em solo autóctone, no início do século XX até os dias atuais. “A tese teve também um propósito metanalítico, ao abordar o conhecimento produzido acerca do pentecostalismo pela academia brasileira de forma crítica, tendo em vista como propuseram resolver essa relação, apontando suas virtudes, problemas e limitações”, destaca o pesquisador.

O trabalho deu continuidade ao estudo realizado durante o mestrado quando Elio investigou a participação política de evangélicos. “A intenção foi olhar a cultura do ponto de vista da Ciência da Religião, o que muda o foco interpretativo, não reduzindo a religião a sua dimensão sociocultural. A tese também realizou um olhar crítico sobre as pesquisas acadêmicas e seus paradigmas historicamente estabelecidos”, esclarece o acadêmico.

Elio explica que, a partir da tese, foi possível atualizar um debate que vem ocorrendo sobre a relação do pentecostalismo com a cultura no Brasil desde a década de 1950. “A tese procurou mostrar que cada modalidade de pentecostalismo, desde ramos mais radicais até os mais flexíveis, inaugurou uma atitude diante da cultura que foi fundamental para a sua continuidade, confluindo no atual contexto do movimento gospel, já bem conhecido popularmente.”

De acordo com o pesquisador, o pentecostalismo tem conseguido popularizar um simbolismo religioso já conhecido pela nossa matriz cristã, no entanto, com uma roupagem própria. “Tem se tornado uma crença transdenominacional, capaz de superar a lógica denominacional clássica desse campo, uma vez que sua incursão midiática é parte constitutiva de sua popularização. A conclusão da tese é que o pentecostalismo no Brasil realizou uma síntese com a cultura, mas uma síntese aberta, sempre disposta a absorver ou negar elementos da cultura, da qual depende sua continuidade e seu crescimento.”

O professor orientador da pesquisa, Arnaldo Érico Huff Júnior, ressalta que a tese oferece uma contribuição importante ao estudo do pentecostalismo, pois apresenta uma abordagem mais compreensiva acerca do tema. “O pentecostalismo é um fenômeno em termos sociológicos e a gente enquanto universidade precisa questionar o que isso significa, perguntar o que leva tantas pessoas a se comprometerem com esse grande fenômeno.”

Contatos:
Elio Roberto Pinto Santiago Filho (doutorando)
eliosemaga@hotmail.com

Prof. Dr. Arnaldo Érico Huff Júnior (Orientador – UFJF)
arnaldo.huff@ufjf.edu.br

Banca Examinadora:
Arnaldo Érico Huff Júnior (Orientador – UFJF)
Zwinglio Mota Dias (UFJF)
Frederico Peter (UFJF)
Oneide Bobsin (Faculdades EST)
Gerson Leite (Universidade Presbiteriana Mackenzie)

Outras informações: (32) 2102-3116 – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião (PPCIR)