A importância histórica de coleções bibliográficas será discutida no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), nesta sexta-feira, 31. A palestra “Coleções bibliográficas patrimoniais em espaços de memória: acesso, pesquisa e difusão”, será apresentada no auditório do museu, às 15h, pelo professor da Unirio, Fabiano Cataldo. A entrada é franca e não é preciso se inscrever previamente.

O palestrante é professor do Departamento de Estudos e Processos Biblioteconômicos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e desenvolve pesquisas relacionadas às bibliotecas dos séculos XVIII e XIX. Atualmente, é doutorando em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O convite do MAMM não poderia ser mais adequado. No seu acervo encontra-se a coleção bibliográfica do poeta juiz-forano que dá nome ao Museu. Os livros do acervo pessoal de Murilo Mendes estavam em Roma e foram doados pela viúva do escritor na década de 70, após a morte de Murilo.

Para Cataldo, a biblioteca de Murilo Mendes é um exemplo perfeito de coleção bibliográfica patrimonial, com ligação entre o material doado e a história de vida do dono. “É uma biblioteca privada, tornada pública. É importante pensar que cada exemplar tem uma história ligada à vida particular e à profissional dele”, resume. Segundo o professor, historicamente, “o livro pode ser considerado um documento único. Existem marcas neles, como uma dedicatória, registros de leitura de uma personalidade, pode ser uma edição numerada. Tudo isso individualiza o exemplar”, explica.

Os caminhos para a difusão, o acesso do público e a pesquisa também estarão em pauta. Na opinião de Cataldo, a questão é um desafio para os profissionais da área. “São acervos que têm demanda. É preciso preservá-los para o futuro, mas não se pode abrir mão do presente. Para conceder ao presente, precisa-se de segurança física e virtual. Não apenas do objeto, mas também do que é reproduzido”, avalia.