O Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens do Instituto de Artes e Design (IAD) trouxe para a sua Aula Inaugural, nesta quinta-feira, dia 23, o professor italiano de Antropologia Cultural e de Artes e Culturas Digitais, Massimo Canevacci. O estudioso leciona na Università degli Studi di Roma La Sapienza e há alguns anos visita universidades brasileiras, onde apresenta seus pensamentos e linhas de pesquisa.
A professora responsável por trazer o antropólogo ao evento, Maria Clara Bonadio, explica que o repertório de estudos de Canevacci, voltado para a cultura visual, acaba atendendo ao interesse de várias áreas de pesquisa dentro do instituto. “Ele trabalha muito com a questão da contemporaneidade e cibercultura, dessa forma, eu considerei que ele seria uma boa opção para nossa Aula Inaugural, visto que ele não é só um acadêmico, mas também um pensador do contemporâneo e das novas tecnologias e as artes. Isso faz dele interessante tanto para o nosso mestrado, que trabalha com linhas de pesquisas diferentes, como também para a graduação”, esclarece a docente.
Canevacci buscou destacar questões relacionadas à interdisciplinaridade dos saberes dentro do contexto da cultura digital, além de explanar conceitos como os de fetichismo e meta-fetichismo. “Essas definições possuem uma potencialidade que vai além de dualismos que conhecemos nos saberes, e isso se relaciona com a cultura digital. Tem a ver não só com a comunicação, como também com a identidade de cada pessoa”, destaca o professor. O antropólogo ainda pontuou a importância da pesquisa etnográfica e o valor da reflexão do pesquisador sobre o próprio envolvimento com o objeto de análise.
O professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens, Lúis Rocha Melo, também salienta o caráter transdisciplinar dos temas abordados pelo pesquisador italiano que, segundo ele, são muito próximos da proposta do programa. “A grande vantagem destes eventos é poder unir tanto a graduação quanto a pós-graduação, para que o diálogo entre professores, alunos, projetos e grupos de pesquisa aconteça. Então, a presença de um professor externo, de um pesquisador que esteja desenvolvendo um trabalho que tenha a ver com o programa é fundamental. Isso também acaba sendo importante para dar um incentivo aos alunos, para que os mesmos percebam o potencial que podem ter enquanto pesquisadores que vão futuramente desenvolver algum trabalho”, conclui o coordenador.