(Foto: Twin Alvarenga)

Mestranda Maiara Batista (à direita) busca confrontar as ofertas de ensino com os interesses do projeto hegemônico do agronegócio  (Foto: Twin Alvarenga)

A mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social, Maiara Batista, defendeu nessa segunda-feira, 8, a dissertação “Por corações e mentes: A configuração do projeto da classe dominante na Educação Profissional da Juventude no Campo: Um estudo acerca da iniciativa Pronatec Campo/Senar/CNA”.

O trabalho aborda a oferta de educação profissional para o campo, considerando a marginalização da população camponesa em relação à urbana e as pressões sociais exercidas sobre ela pelo agronegócio. Tendo como foco o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Maiara realizou uma pesquisa documental, buscando informações diretamente com os projetos em questão, além de recorrer a trabalhos já desenvolvidos por outros professores a respeito do programa, e ao diálogo com os movimentos sociais envolvidos.

“A educação profissional historicamente vem se desenvolvendo no sentido de formação do mercado de trabalho. Meu foco é sistematizar como está sendo realizada a oferta dessa formação para os jovens do campo, levando em consideração a invisibilidade do campo em relação ao urbano, e sabendo que existem projetos distintos de agricultura. A grande questão é identificar qual a atuação da classe dominante ao abranger as demandas do povo camponês, ressignificá-las, e utilizar o programa para formar pessoas que fortaleçam e consolidem o projeto hegemônico do agronegócio.” pontua Maiara.

Conforme ela, porém, a juventude não assimila esse discurso passivamente. Ela se organiza junto aos movimentos sociais e realiza iniciativas paralelas de educação. Ao final do trabalho, a mestranda cria um paralelo entre essas iniciativas e o programa hegemônico.

Para a orientadora Cristina Simões Bezerra, Maiara conduziu sua pesquisa com muita responsabilidade, sempre procurando dar materialidade ao tema em questão: “O trabalho demonstra uma ausência de políticas de educação para o campo, e os poucos projetos que existem apresentando uma intencionalidade de retirar o jovem do campo e levá-lo para a cidade, agravando os problemas rurais e impossibilitando seu desenvolvimento. Maiara avaliou a quem interessa os projetos atuais, a que finalidades esses jovens são destinados após sua formação. É um trabalho que vai deixar bons resultados para a UFJF.”

Além de Cristina, participaram da banca examinadora a professora Marina Barbosa Pinto e o professor Sérgio Sauer, que avaliou a defesa por videoconferência.