sfsfsfs

Pesquisadora Clarice Cassab falou sobre sua pesquisa focada em habitações do Governo Federal (Foto: Twin Alvarenga)

Uma visita técnica de alunos e professores ao conjunto habitacional Parque das Águas, na Zona Oeste de Juiz de Fora, deu início, na manhã desta segunda, 25, à segunda edição da SAU (Semana de Arquitetura e Urbanismo) da UFJF. À tarde, a coordenadora do Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (NuGea), Clarice Cassab, foi recebida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo para uma conversa a respeito de seus estudos sobre o conjunto visitado.

Durante sua fala, Clarice destacou que a pesquisa – realizada de 2013 a 2015 -, focada nas habitações do Programa Federal “Minha Casa, Minha Vida”, busca entender os efeitos das construções sobre Juiz de Fora e sobre os jovens moradores destas residências. “Estudamos as experiências dos indivíduos e seus desafios diante do processo de desterritorialização e reterritorialização”, explica.

As famílias beneficiárias do Programa, segundo a pesquisadora, deixaram de ocupar cerca de 160 bairros de Juiz de Fora para se reunirem em cinco, onde estão as habitações. “Estes jovens passam pela necessidade de consolidar um sentido de pertencimento a este novo território, construindo relações interpessoais e coletivas ao mesmo tempo que enfrentam a resistência dos antigos moradores desse bairro.”

A pesquisa, que estuda também a compreensão dos espaços ocupados, de sua economia e de suas dimensões políticas e sociais, propõe a reflexão da construção de uma cidade que vai além do objeto fixo. “Precisamos entender a urgência da Política Habitacional, considerar o ato de habitar como mais que a oferta da casa. Temos que entender a habitação como um campo de articulação do sujeito com a cidade.”

Após a palestra, os alunos debateram com a professora sobre a aplicação de políticas que atendam à necessidade dos beneficiários do “Minha Casa, Minha Vida” e sobre como a Universidade pode contribuir na formação de profissionais que atuam neste sentido.

A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Letícia Zambrano, que coordenou o debate, destacou a importância da percepção destas questões pelos alunos. “O grande diferencial desta edição é o trabalho de campo oferecido. A Universidade tem um papel colaborativo sobre as políticas habitacionais da cidade e a participação dos alunos em discussões como estas representa a demanda por mais que o estudo da sala de aula.”

Para o coordenador do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental e organizador do evento, Marconi Moraes, a programação da SAU leva aos alunos um panorama das oportunidades abertas dentro da faculdade. “Nosso objetivo é fazer com que os alunos, especialmente de primeiro período, tenham uma visão das áreas em que possam atuar e também perceber como a arquitetura está ativa principalmente nas obras de engenharia.”