Pesquisa_UFJF_foto_Stefania Sangi/UFJF

Projetos submetidos por professores receberão R$ 1,9 milhão (Foto: Stefânia Sangi/UFJF)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) conseguiu a aprovação recorde para o financiamento de 68 projetos por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O total de recursos destinados à instituição é de R$ 1.906.702.48, o montante mais alto nos últimos sete anos (veja abaixo).

Foram aprovadas propostas de todas as áreas de conhecimento, da saúde à linguística. Há propostas que oferecerão atendimento clínico a crianças, pesquisarão distúrbios auditivos, história do cinema, novas técnicas em aquicultura e memória do comércio urbano em Juiz de Fora. Entre as iniciativas aprovadas há novos projetos e outros que terão a oportunidade de continuar suas atividades. Confira o resultado (arquivo em pdf).

O pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Lyderson Viccini, atribui o resultado ao investimento em políticas e programas de pesquisa e pós-graduação na Universidade e à capacitação do corpo docente local, possibilitando produções mais qualificadas e competitivas. “O resultado é um indicador da solidificação da pesquisa na UFJF”, afirma.

Os projetos foram apresentados por professores que concorreram no edital Universal 01/2015, lançado anualmente. O resultado foi divulgado no último dia 30 de dezembro. A Fapemig disponibilizará R$ 23 milhões para 635 propostas a mais de 30 instituições mineiras.

Recursos obtidos pela UFJF de 2009 a 2015

Ano

Valor

Quantidade

2015

R$ 1,9 milhão

68

2014

R$ 1,6 milhão

62

2013

R$ 1,2 milhão

55

2012

R$ 1,8 milhão

74

2011

R$ 1,1 milhão

43

2010

R$ 1,3 milhão

46

2009

R$ 1,3 milhão

44

(Fonte: Diretoria de Comunicação/UFJF e Fapemig)

Bexiga hiperativa
O professor da Faculdade de Medicina José Murillo Neto obteve R$ 59 mil para a continuidade do projeto que visa ao tratamento de crianças que têm bexiga hiperativa – distúrbio que provoca urgência em urinar. O paciente pode apresentar incontinência e infecção urinárias, fazer “xixi na cama” ou ter de levantar mais vezes à noite para ir ao banheiro, com isso dorme menos e sente-se mais cansado. “Há consequências psicossociais também, como a criança ficar com vergonha, baixa autoestima e sofrer bullying”.

O método empregado pelo pesquisador é o da estimulação elétrica transcutânea parassacral, por meio da qual eletrodos acoplados à pele, logo acima das nádegas, emite corrente elétrica de baixa frequência para estimular terminações nervosas que ajudarão a regular o funcionamento da bexiga. “Esse tratamento não tem efeito colateral e apresenta resultados melhores que o convencional à base de remédio”, explica o professor. Em média, são atendidas cinco crianças por semana no Ambulatório de Enurese do Hospital Universitário da UFJF. O agendamento pode ser marcado diretamente pelos telefones (32) 98801-6630, (32) 98833-8751 e (32) 988448546. Leia notícia sobre a pesquisa.

Ouro contra o câncer

composto_ouro_combate_cancer (Foto: Márcio Brigatto)

Projeto usa ouro em simulações para tratamento contra o câncer  (Foto: Márcio Brigatto)

Outro projeto aprovado com R$ 59 mil é o coordenado pelo professor Hélio Ferreira dos Santos, do Departamento de Química. A pesquisa objetiva desenvolver moléculas com base em complexos de ouro para o tratamento de câncer e também elaborar materiais que levarão esse medicamento com mais eficácia às células atacadas pela doença e serão menos tóxicos ao organismo.

No tratamento quimioterápico, um dos desafios é atingir apenas o órgão ou parte estritamente específica dele com câncer. Conforme o professor, para ir com mais precisão ao alvo, a equipe de pesquisa, além de desenvolver os medicamentos compostos por ouro, objetiva criar os chamados sistemas carreadores de drogas, que funcionariam como containers mais potentes que levariam o medicamento para o alvo determinado sem ser atacado por outras moléculas no corpo. Esses carreadores são produzidos com nanotubos de carbono, material que já é empregado em parachoques de carros e raquetes de tênis, mas pouco usado na biomedicina. Com carreadores mais potentes e seguros poderá ser possível reduzir a dose de medicamentos e assim amenizar efeitos colaterais da quimioterapia, como fadiga, anemia e perda de cabelo.

Na etapa atual da pesquisa, que já está em andamento, são realizadas simulações químicas em computador sobre a atuação desses complexos de ouro no combate às células cancerígenas e como os carreadores atuam. Os recursos serão empregados na compra de placas de vídeo de computador mais potentes que possibilitarão a execução de simulações mais longas. “O que antes fazíamos em seis meses poderá ser feito em duas semanas”. Leia reportagem na Revista A3 da UFJF sobre a pesquisa (em pdf). 

Outras informações: (32) 2102-3784 (Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação)