Produtos passam por triagem na qual é separado o que pode ser reaproveitado (Foto: Caíque Cahon)

Produtos passam por triagem na qual é separado o que pode ser reaproveitado (Foto: Caíque Cahon)

“Desfazimento de bens inservíveis” é um procedimento utilizado em órgãos públicos com o intuito de descartar materiais permanentes adquiridos ou doados a instituições públicas. Essa iniciativa, muitas vezes, torna-se um entrave em instituições de grande porte, onde o quantitativo de descarte supera a capacidade operacional dos setores responsáveis, levando a um acúmulo de entulho dispendioso e improdutivo.

Vislumbrando resolver problemas dessa natureza, a Administração da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) criou, no início de 2015, a Coordenação de Sustentabilidade. “Inicialmente, tivemos o desafio de fazer um levantamento dos pontos mais graves localizados na Universidade. Posteriormente, precisamos nos qualificar para fazer esse descarte de forma adequada, com maior aproveitamento possível desse material. Para conhecer a parte legal, a funcionária da coordenação, Alice Adolfina Silva Pinto, esteve em diversos setores em Brasília, onde conheceu os procedimentos e se mirou nos melhores exemplos e questões burocráticas desse processo”, esclarece a coordenadora do setor, Rosana Colombara.

O trabalho consiste em fazer o recolhimento do material armazenado em galpões e distribuído pelas unidades para uma primeira triagem, separando o produto que pode ter algum reaproveitamento, daquele considerado lixo. “O lixo, separado por madeira, metal e papelão, é doado a entidades filantrópicas, devidamente legalizadas, ou seja, cadastradas no Ministério da Justiça, para ser vendida como matéria-prima reciclável”, afirma Alice.

O pró-reitor de Obras, Sustentabilidade e Sistema de Informação, Rubens de Oliveira, setor no qual a coordenação está ancorada, explica que uma primeira varredura já foi feita: “Esvaziamos um galpão alugado pela Universidade para depósito, que custava aproximadamente R$ 60 mil por ano. Além da economia direta, essa reciclagem renderá  outros ganhos, não só para a instituição, mas para outros setores da sociedade. A intenção é não deixar mais esse material acumular. Sabemos que existe muito mais nas unidades, por isso, contamos com a colaboração dos diretores, que devem fazer uma seleção prévia do material de descarte para otimizar nosso trabalho. Já começamos a recolher, portanto, quem precisar, é só entrar em contato com a coordenação solicitando uma visita”. Os interessados devem enviar e-mail contendo as informações básicas para sustentabilidade@ufjf.edu.br.

A segunda triagem, destinada a equipamentos e mobiliário (feita por especialistas), consiste em disponibilizar o material para a comunidade acadêmica, disponibilizando durante 15 dias no Siga e checando se existe interesse interno de reaproveitamento. O restante pode ser doado a outros órgãos públicos, como escolas de qualquer lugar do país. Já o material de informática, que não tiver utilidade interna, precisa ser disponibilizado durante um mês no site do Ministério do Planejamento, para verificar possíveis interessados em todo o país. Depois desse procedimento legal, o material está oficialmente liberado para qualquer doação.

Internamente, existe na Universidade um projeto de extensão chamado “Computador velho? Recicle esta ideia”, que reaproveita material de informática. O responsável pelo projeto, o professor Eduardo Barrére, explica que a iniciativa nasceu da necessidade de minimizar os problemas gerados pelo lixo eletrônico no meio ambiente. “Nosso objetivo é recuperar computadores para que sejam repassados para escolas, centros comunitários, ONGs e outros locais que tenham necessidade de fornecer o acesso a informática para a comunidade. Buscamos promover a inclusão digital para pessoas que não têm acesso a essa tecnologia.”

Responsabilidade com o patrimônio

A Coordenação de Sustentabilidade reforça a importância de os gestores da Universidade agirem com rigor e responsabilidade em relação ao patrimônio. “Cada gestor é responsável pela manutenção e eventual substituição dos bens permanentes. Agindo com responsabilidade, poderemos evitar o descarte desnecessário e conseguiremos não só uma economia enorme para a Universidade, como colaborar com a preservação do meio ambiente. Um dos objetivos da coordenação é realizar um trabalho de conscientização da comunidade acadêmica em relação à preservação do patrimônio e a reciclagem de materiais”, ressalta Rosana.

Outro trabalho iniciado na instituição é o de coleta seletiva. “Começamos com o recolhimento de toner, papel branco, lâmpadas, pilhas e resíduos químicos. Para o sucesso dessa iniciativa também contamos com a colaboração da comunidade acadêmica, fazendo a separação e entrando em contato conosco para o recolhimento.”

Além de Rosana Colombara, os professores Renato Camargo Matos, Denise Lowinsohn e Maria Helena Rodrigues Gomes têm contribuído voluntariamente com os trabalhos de sustentabilidade na Universidade. Atuam na equipe, ainda, Sheila Neves Valentim, Angélica, Cristiane Silva e Juscemar de Oliveira Salazar.

Outras informações: (32) 2102-6377 (Coordenação de Sustentabilidade da Pró-reitoria de Obras, Sustentabilidade e Sistema de Informação)

sustentabilidade@ufjf.edu.br